São Paulo, domingo, 15 de outubro de 2000

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BANCOS
Instituição planeja vender ações de seguradoras para elevar comércio de fundos
BB estuda novo enfoque dos negócios

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil estuda fazer uma reestruturação na empresa e vender sua participação acionária em cinco seguradoras. Com essa mudança na área de seguros, a diretoria do banco pretende dar mais ênfase à comercialização de fundos de investimento.
Em 1996, o BB concentrou seus negócios no setor de seguros nas seguintes empresas: Aliança do Brasil, BrasilCap, BrasilPrev, BrasilSaúde e BrasilSeg. Cada uma delas passou a ser controlada por empresas privadas, embora o BB tenha mantido uma participação minoritária nelas.
O banco estuda agora vender a totalidade de sua participação nas seguradoras. Segundo o diretor de finanças do BB, Vicente Diniz, a estatal vai fazer uma avaliação das parcerias firmadas há quatro anos com a iniciativa privada.
Ele afirmou que só falta decidir se essa avaliação vai ser feita por técnicos do BB ou será contratada uma empresa independente para a tarefa.
A venda da participação do BB na Aliança do Brasil já é praticamente certa. Segundo Diniz, a iniciativa de desfazer a parceria partiu da Aliança da Bahia, que detém 60% do controle da seguradora.
Diniz afirmou que pode ser mais vantajoso para o BB vender a participação nessas seguradoras e obter ganhos maiores por meio de acordos de distribuição a serem fechados com os novos donos das empresas.
"O ponto forte do banco é a nossa rede de distribuição", disse Diniz. O BB possui 2.820 agências espalhadas pelo país, que, além de atender os clientes do banco, também vendem os produtos comercializados pelas cinco seguradoras.
Se o BB realmente vender as companhias de seguro, a estatal poderá ganhar mais dinheiro cobrando dos novos donos da seguradora para continuar comercializando esses produtos por meio de suas agências.
Ao contrário das seguradoras, a corretora do banco -a Banco do Brasil Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários- não deve mais ser vendida, como chegou a se cogitar tempos atrás. A corretora é responsável pela área de investimentos do banco.
Para Diniz, é importante que a BBDTVM continue ligada ao Banco do Brasil. "Quando o cliente procura a BBDTVM, ele procura a credibilidade e a segurança que o Banco do Brasil transmite."
Outro banco federal que pretende vender sua participação numa empresa de seguros é a CEF (Caixa Econômica Federal), que é uma das sócias da Caixa Seguros (antiga Sasse Seguros).
Essa medida, a exemplo do que está sendo estudado pelo Banco do Brasil, está em discussão desde meados do ano passado.


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