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Empresas vão
à Justiça contra
a cobrança
DA SUCURSAL DO RIO
As companhias telefônicas e a ABTA (Associação
Brasileira de Televisão por
Assinatura) têm ações na
Justiça contra a cobrança
do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de
Telecomunicações).
O presidente da Abrafix
(Associação Brasileira das
Concessionárias do Serviço Telefônico Fixo Comutado), José Fernandes
Pauletti, diz que, se o Fust
não for utilizado para a finalidade proposta na lei,
deve ser extinto para desonerar os usuários de telefone. A taxa de 1% sobre o
faturamento bruto das
empresas é repassada aos
clientes, que arcam com o
custo no final.
As TVs por assinatura
entraram com ação judicial para suspender a contribuição para o Fust, com
o argumento de que tal arrecadação não beneficia o
setor. ""Só onera o usuário", afirma o diretor-executivo da ABTA, Alexandre Annemberg.
Há consenso entre as
operadoras de telefonia e
de TV por assinatura de
que só a mudança na legislação pode desatar o nó
que impede o uso do Fust.
O fundo foi criado, como
o nome diz, para promover a universalização dos
serviços. Pela Lei Geral de
Telecomunicações, a universalização se aplica apenas aos serviços definidos
como de caráter público, e
o único enquadrado como
tal na legislação foi o telefone fixo convencional.
Logo, o dinheiro do Fust
só poderia ser usado para
acessos telefônicos.
A rede de internet para
interligar escolas públicas,
bibliotecas e hospitais,
imaginada pelo governo,
não poderia receber dinheiro do Fust porque as
redes de banda larga são
regulamentadas no Brasil
como serviço privado, e
não público.
Campanha
Mesmo sendo um fracasso, o Fust já foi usado
politicamente no governo
Fernando Henrique Cardoso. Em fevereiro de
2001, em pré-campanha
para a reeleição, o ex-presidente inaugurou uma sala com computadores conectados à internet na escola pública Nilza Oliveira
Pipino, em Sinop (MT).
Em clima de comício,
FHC e o então ministro
das Comunicações, Pimenta da Veiga, anunciaram o lançamento do Telecomunidade, que, segundo eles, seria estendido a 13 mil escolas públicas com recursos do Fust.
Como a licitação pública
foi cancelada, a promessa
não foi cumprida.
E que fim levou o Telecomunidade na escola de
Sinop? Segundo uma professora, que pediu para
não ser identificada, ""ele
morreu na casca, como
quase tudo no Brasil".
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