São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PRIVATIZAÇÃO

FHC assume 5 empresas

Cresce participação do governo em energia

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de ter tentado privatizar o setor de energia, o governo FHC acabou elevando a participação federal na área de distribuição. Em 95, o governo tinha duas distribuidoras -Light (RJ) e Escelsa (ES), já privatizadas- e hoje tem cinco empresas: Ceron (RO), Cepisa (PI), Ceal (AL), Eletroacre (AC) e Ceam (AM).
Além de ter elevado a participação federal no setor, o atual governo deixou de ter empresas em mercados potencialmente rentáveis (região metropolitana do Rio e Espírito Santo) para se tornar proprietário de distribuidoras deficitárias. O prejuízo somado das cinco distribuidoras federais em 2001 foi de R$ 270 milhões.
O próximo governo terá que decidir se mantém as empresas deficitárias ou tenta privatizá-las. O mercado, no entanto, não tem demonstrado interesse em comprar empresas com o perfil das atuais distribuidoras federais.
Desde agosto, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tenta revender a Cemar (MA) -empresa com o mesmo perfil de mercado das distribuidoras federais-, mas o processo ainda não foi concluído.
A empresa, que havia sido comprada pelo grupo americano PPL, está sob intervenção. Se não encontrar compradores, o governo pode retomar a concessão e passar a controlar seis distribuidoras.
A PPL não quis mais ser proprietária da Cemar, sob a alegação de perdas financeiras com o racionamento e o não-pagamento da energia vendida no MAE (Mercado Atacadista de Energia Elétrica). A Cemar teve prejuízo de R$ 214 milhões em 2001.
As atuais distribuidoras de energia do governo federal foram adquiridas dos governos estaduais para serem privatizadas, o que acabou não acontecendo.


Texto Anterior: Luís Nassif: O sambista mineiro
Próximo Texto: Aviação: Governo é o culpado pela crise, diz Varig
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.