São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresa deve R$ 693 mi a fundo

DA SUCURSAL DO RIO

A deterioração financeira da Varig pode ser acompanhada pelas dívidas que ela acumula com o fundo de pensão de seus funcionários, o Aerus, e pelas constantes renegociações não cumpridas.
A dívida já foi renegociada três vezes e soma hoje R$ 693 milhões. A última renegociação ocorreu em maio de 1999 e parecia definitiva. O débito (àquela altura de R$ 620 milhões) foi parcelado em 20 anos, com três de carência.
Andrea Vanzillota, diretora de seguridade e de administração do Aerus, diz que o plano atuarial da Varig previa o recolhimento de 15% da folha de pagamentos (R$ 4,5 milhões por mês). A empresa o cumpriu até agosto de 2001, quando deixou de pagar.
Depois da renegociação, já foi criada uma dívida nova de R$ 73 milhões, que está sendo cobrada na Justiça pelo fundo de pensão.
Os três anos de carência venceram em maio. A partir de então, além dos R$ 4,5 milhões da contribuição normal, a empresa deveria recolher mais R$ 6 milhões para o pagamento da dívida antiga. Segundo o contrato, o atraso de uma parcela significaria o vencimento de todo o débito.
Para evitar a execução da dívida, a Varig entregou ao Aerus 5% das ações da Varig Engineering & Maintenance e da Varig Log como antecipação de pagamento das mensalidades até fevereiro de 2003, com a condição de recomprar os títulos mais adiante.
Vanzillota diz ainda que o plano de previdência da Varig é muito caro (para cada real de contribuição do funcionário, ela contribui com R$ 2) e foi inspirado nos planos das empresas estatais.
Com a crise, o plano foi refeito. A partir de janeiro, a Varig passa a determinar sua contribuição que, de início, será zero.
Segundo a diretora, os planos da Rio Sul e da Nordeste, que também integram o fundo e cuja proporção entre a contribuição de empregado e empresa é de um para um, são superavitários. (EL)


Texto Anterior: Ex-conselheiro compara companhia a estatal
Próximo Texto: Presidente afirma que não espera ajuda do governo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.