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Estado planeja desapropriar 600 famílias
DA ENVIADA A SÃO JOÃO DA BARRA
O governo do Rio planeja desapropriar as terras
de até 600 famílias para
viabilizar a instalação do
polo industrial planejado
por Eike Batista para o entorno do porto do Açu, em
São João da Barra.
O decreto que declarou
a área como de "utilidade
pública" foi pensado como
uma forma de compensação pela criação de um
parque estadual para a
preservação da restinga da
região. O parque ocupará
mais de 50% dos 7.800
hectares da LLX.
"O governo está agindo
como corretor das terras
do povo", reclama Victor
de Almeida, presidente da
Associação dos Produtores Rurais de São João da
Barra. Ele defende o direito de cada família negociar
os terrenos diretamente.
O projeto de Eike sofre
também a resistência de
pescadores. Eles afirmam
que a dragagem do canal
de acesso ao porto já afeta
a pesca. "Daqui a uns anos
vai ter pescador mendigando por aqui", afirma
William Pereira, presidente de uma colônia local. A
LLX diz cumprir todas as
compensações estabelecidas no licenciamento.
Nas pousadas e nos restaurantes, porém, o clima
é de otimismo. Antes dependentes de turistas de
fins de semana e do verão,
eles viram o movimento
aumentar com as obras.
Segundo o corretor de
imóveis Paulo Bissonho,
53, os aluguéis também
dispararam. "Hoje uma
casa de três quartos sai por
R$ 1.200. Antes do porto,
saía por R$ 300 a R$ 500."
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