São Paulo, terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

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Estado planeja desapropriar 600 famílias

DA ENVIADA A SÃO JOÃO DA BARRA

O governo do Rio planeja desapropriar as terras de até 600 famílias para viabilizar a instalação do polo industrial planejado por Eike Batista para o entorno do porto do Açu, em São João da Barra.
O decreto que declarou a área como de "utilidade pública" foi pensado como uma forma de compensação pela criação de um parque estadual para a preservação da restinga da região. O parque ocupará mais de 50% dos 7.800 hectares da LLX.
"O governo está agindo como corretor das terras do povo", reclama Victor de Almeida, presidente da Associação dos Produtores Rurais de São João da Barra. Ele defende o direito de cada família negociar os terrenos diretamente.
O projeto de Eike sofre também a resistência de pescadores. Eles afirmam que a dragagem do canal de acesso ao porto já afeta a pesca. "Daqui a uns anos vai ter pescador mendigando por aqui", afirma William Pereira, presidente de uma colônia local. A LLX diz cumprir todas as compensações estabelecidas no licenciamento.
Nas pousadas e nos restaurantes, porém, o clima é de otimismo. Antes dependentes de turistas de fins de semana e do verão, eles viram o movimento aumentar com as obras.
Segundo o corretor de imóveis Paulo Bissonho, 53, os aluguéis também dispararam. "Hoje uma casa de três quartos sai por R$ 1.200. Antes do porto, saía por R$ 300 a R$ 500."


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