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Investidores veem maior queda da Bolsa
Pessimismo entre os norte-americanos que compram ações cresceu para o maior patamar desde julho do ano passado
Confiança dos brasileiros recuou 9,9%, para 42,1 pontos, mas, mesmo assim, é o segundo maior índice da pesquisa da Bloomberg
DA BLOOMBERG
Os investidores de Nova
York a Londres ficaram mais
convencidos de que as ações
nas Bolsas de Valores vão ampliar a queda que já dura 17 meses. O pessimismo entre os
aplicadores americanos cresceu para o seu mais elevado patamar desde julho do ano passado, quando o índice Standard
& Poor's 500 ingressou em uma
fase de queda.
Os participantes da Pesquisa
Bloomberg Professional de
Grau de Confiança Mundial
previram prejuízos para o S&P
500, o Ibovespa brasileiro, a
Bolsa mexicana, o FTSE 100
britânico, o alemão DAX, o Índice do Mercado Suíço e o espanhol IBEX 35 nos próximos
seis meses. Os usuários do sistema Bloomberg de Itália,
França e Japão ficaram menos
pessimistas, embora ainda prevejam quedas. As 2.457 respostas, captadas de 2 a 6 de março,
se seguiram ao pior início de
ano já vivido pelo S&P 500 em
sua história de 81 anos.
O S&P, índice referencial das
ações norte-americanas, caiu
54% desde seu recorde de outubro de 2007. "O que vemos no
momento parece um terremoto, e a montanha de destroços
pode ser imensa", disse Emmanuel Soupre, administrador de
fundos da Neuflize OBC de Paris e participante da pesquisa.
"Posso comprar ações, mas
apenas de uma maneira muito
seletiva, porque tenho horizonte de longo prazo."
Os índices referenciais de todos os 10 países participantes
da pesquisa, com exceção do
Brasil, despencaram mais de
16% desde o final de 2008,
quando as perdas sofridas pelos
bancos com o mercado mundial de crédito subiram para
quase US$ 1,2 trilhão, e os resultados de companhias que
vão desde a Anglo American
PLC, sediada em Londres e dona da maior produtora mundial
de platina, até a Nissan Motor,
a terceira maior montadora do
Japão, ficaram aquém das estimativas dos analistas. O Ibovespa -que reúne as 66 ações
mais negociadas da Bolsa brasileira- neutralizou sua queda
de 2009 na última terça.
Queda maior nos EUA
O grau de confiança dos participantes do México caiu 0,9%,
para 33,7 pontos, enquanto o
dado relativo aos profissionais
brasileiros recuou 9,9%, para
42,1 pontos, figurando, mesmo
assim, como o segundo maior
depois do da Itália.
O índice Bloomberg de grau
de confiança nas ações norte-americanas registrou a maior
queda dentre o grupo de 10 países, ao recuar 14%, para 29,5
pontos. Uma pontuação inferior a 50 indica que os investidores preveem que as ações sofrerão depreciação nos próximos seis meses, enquanto cômputos superiores a 50 pontos
indicam que eles projetam alta.
O S&P pode ainda estar caro,
mesmo depois de sua queda
vertical, para seu patamar mais
baixo dos últimos 12 anos, observada esta semana. O índice é
avaliado em 13,9 vezes os lucros, segundo dados reunidos
pelo professor Robert Shiller,
da Universidade de Yale, que
medem o valor das ações em relação aos lucros de uma década.
No auge das três recessões registradas pelos EUA desde
1929, que duraram tanto quanto a atual, a média da relação
preço-lucro caiu para 8,74.
Os profissionais consultados
também ficaram mais convencidos de que o Índice do Mercado Suíço e o DAX alemão vão
cair. A confiança nos ativos suíços caiu 4%, para 36,1 pontos,
enquanto o indicador da Alemanha recuou 2,6%, para 33,1
pontos. Os investidores italianos, franceses e japoneses ficaram menos pessimistas. Na Itália, a confiança subiu 5,3%, para
44,9 pontos.
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