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Obras para expansão da malha enfrentam atraso de execução
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As obras para aumento da
malha ferroviária do país, orçadas em bilhões de reais, enfrentam atrasos na sua execução.
Projetos como a Transnordestina, Norte-Sul, Oeste-Leste
atrasam por vários motivos ao
longo do tempo: falta de recursos, má condição financeira dos
empreendedores, demora no licenciamento ambiental e, mais
recentemente, crise financeira.
A lentidão no processo de aumento da malha é histórica. Em
1989, o governo concedeu à iniciativa privada a construção de
uma ferrovia (Ferronorte) de
mais de 5.000 km, ligando Porto Velho (RO) e Santarém (PA)
às cidades de Cuiabá (MT) e
Uberlândia (MG). A construção
começou em 1992 e, até hoje, há
apenas 512 km em operação.
A Ferronorte já passou por
várias engenharias financeiras,
com forte injeção de recursos
públicos, via BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) e fundos
de pensão. A concessão acabou
comprada pela ALL (América
Latina Logística), arrendatária
da malha da extinta RFFSA.
Semana passada, a ANTT autorizou a ALL a construir mais
um trecho, de 262 km, ligando
Alto Araguaia (MT) a Rondonópolis (MT). O novo trecho
deverá ficar pronto até o final
do ano que vem. A concessionária ainda vai avaliar se é ou não
viável levar os trilhos até Porto
Velho (RO) e Santarém (PA).
A Transnordestina, projeto
que tem como objetivo ligar o
Sul do Piauí à malha da CFN e,
dali, aos portos de Suape (PE) e
Pecém (CE), também está atrasada. O empreendedor privado
(a siderúrgica CSN, dona da
CFN) fez, até agora, obras em
96 km entre Missão Velha (CE)
e Salgueiro (PE). No total, a ferrovia deverá ter 1.728 km.
No caso da Transnordestina,
a maior parte dos R$ 5,4 bilhões da obra será financiada
com recursos públicos. Essas
verbas serão provenientes de
diversas fontes, isenções fiscais
(Finor), fundos constitucionais
(FDNE), do BNDES ou direto
da União, por meio da Valec
(estatal do setor ferroviário).
Até o momento, só a CSN investiu aproximadamente R$
200 milhões.
PAC
Na Norte-Sul, a concessão foi
dada à estatal Valec, criada especialmente para isso, em 1987.
Inicialmente, a Valec deveria
fazer dois trechos: Colinas de
Tocantins (TO) até Açailândia
(MA), com 461 km, e Porangatu
(GO) até Senador Canedo (GO),
com 502 km. O trecho intermediário, de 675 km, não foi concedido nessa ocasião.
Hoje, a ferrovia está funcionando em um trecho de 240 km
entre Aguiarnópolis (TO) e Colinas do Tocantins (TO). De
acordo com o PAC, ela deverá
chegar até a cidade paulista de
Estrela D'Oeste. Parte da construção foi subconcedida para a
Vale. Um leilão de subconcessão deveria ter acontecido no
final do ano passado, mas foi
adiado por conta da crise financeira internacional.
O governo planeja também
outra ferrovia, ligando a linha
Norte-Sul (na altura da cidade
de Alvorada, em Tocantins) ao
porto de Ilhéus (BA). São 1.504
km, orçados em aproximadamente R$ 6 bilhões. A obra está
a cargo da estatal Valec, encarregada também da Norte-Sul.
A empresa deverá subconceder trechos à iniciativa privada.
O leilão de subconcessão deveria ter acontecido até o final do
ano passado, mas também foi
adiado por conta da crise.
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