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Dólar em queda beneficia consumidor
Celular foi o produto que teve a queda mais acentuada no preço, de 73% nos últimos três anos, segundo estudo da Fipe
Alimentos e outros produtos eletroeletrônicos também foram beneficiados com a desvalorização da moeda norte-americana no período
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
O consumidor tem sentido
no bolso as vantagens da valorização do real em relação ao dólar, principalmente no segmento de eletroeletrônicos e em alguns produtos alimentícios.
Nos itens analisados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o celular
foi o que teve a queda mais
acentuada, sob a influência do
dólar, com redução de 73% no
preço nos últimos três anos, e
de 22% nos últimos 12 meses.
A depreciação da moeda
americana também ajudou a
derrubar o preço de outros
campeões de venda do segmento, como a TV, que ficou 32%
mais barata nos últimos três
anos e 14,6% considerando a
comparação entre maio de
2006 e o mês passado.
Segundo a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de
Produtos Eletroeletrônicos), a
desvalorização do dólar teve
fortes reflexos nos preços das
indústrias do setor, principalmente na linha de imagem e
som, cuja maioria dos componentes é importada. No entanto, informou a entidade em nota divulgada ontem, esses fabricantes vêm enfrentando pressões de preços dos componentes no mercado internacional,
como é o caso das telas de plasma e LCD e dos preços dos semicondutores.
No setor de alimentos, o economista Márcio Nakano, da Fipe, cita dois produtos influenciados pelo preço do trigo importado. O macarrão chegou à
mesa do consumidor 18% mais
barato em abril deste ano, com
relação a maio de 2004, enquanto a massa fresca teve redução de 7,77% no mesmo período. Já o bacalhau, que sofre o
efeito direto do câmbio, apresentou queda de 11%.
A espera pela redução no preço final para o consumidor depende da categoria do produto.
"No caso do macarrão, por
exemplo, a queda pode demorar entre dois e três meses por
causa dos estoques da loja, da
central de distribuição e da indústria", explicou Sussumu
Honda, presidente da Abras
(Associação Brasileira de Supermercados).
Os vinhos importados também tiveram diminuição no
preço, tornando-se acessíveis
para mais paladares. Tibor Sotkovszki, diretor de operações e
marketing da Expand, maior
importadora de vinhos da
América do Sul, preferiu não
arriscar números para a queda
no valor do produto, mas disse
que "há vinhos bons sendo vendidos por menos de R$ 20", o
que seria impensável há três
anos, por exemplo. Porém vale
lembrar que há excesso de produção da bebida no mundo, e a
oferta maior do que a demanda
contribui para a redução.
Turismo
As viagens para conhecer a
Disneylândia, que foram esquecidas pela classe média por
um tempo, voltaram a ficar em
alta. Na Trade Tours, uma das
representantes oficiais da Disney no Brasil, o valor do pacote,
com passagem aérea e seis noites de hospedagem, caiu de R$
4.778, em 2004, para R$ 4.068
neste ano. O financiamento,
com a redução das taxas das administradoras de cartão de crédito, também ficou mais elástico, com o pagamento passando
de duas para cinco parcelas.
Se a tendência de queda do
dólar continuar, Marcos Pacheco, gerente-geral da agência, prevê crescimento de 40%
no fluxo de passageiros para o
destino em 2007 no confronto
com 2006. No comparativo do
ano passado, com relação a
2005, a alta tinha sido de 13%.
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