São Paulo, quarta-feira, 16 de maio de 2007

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Governo quer acelerar crédito a setor afetado por importados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo quer acelerar a concessão de linhas de crédito para cinco setores industriais: vestuário, calçados, móveis, naval e automotivo. O objetivo é fortalecê-los para que tenham mais capacidade de competir com produtos chineses nos mercados interno e externo.
O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, disse ontem que o assunto será estudado junto com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento). "É a primeira medida que estamos tomando com o BNDES. O objetivo é dar financiamento com mais rapidez para esses setores para que possam fazer investimentos, competir e explorar mais o mercado doméstico, que está crescendo a taxas chinesas."
Anteontem, no 19º Fórum Nacional de Altos Estudos, no Rio, o embaixador da China no Brasil, Chen Duqing, pediu que os empresários brasileiros não reclamem do avanço chinês, mas sejam mais competitivos. "Não vou comentar isso. No Brasil não é autorizado trabalhar 16 horas", disse Jorge.
Em abril, a Camex (Câmara de Comércio Exterior) elevou a tarifa de importação de calçados e vestuários de 20% para 35% para tentar conter as importações chinesas e o contrabando. Mas especialistas do governo avaliam que a medida pode incentivar o contrabando.
Segundo Jorge, embora a indústria automotiva esteja batendo recordes de vendas, o setor foi incluído na lista de beneficiados pelo BNDES porque no ano que vem deve bater no teto da capacidade instalada.
Para ele, as importações devem continuar crescendo principalmente na aquisição de máquinas.
"Isso é bom porque significa que haverá mais investimentos". Jorge acredita que o câmbio valorizado não afetou as exportações porque a demanda mundial continua alta e há perspectivas de "uma boa safra agrícola", o que deve levar o ministério a rever a meta de exportação. "Tudo indica que a meta deve ficar maior, mas ainda não temos um número".
A meta de exportação para este ano foi estipulada em US$ 152 milhões. Até abril, as vendas somaram US$ 46,4 bilhões, 16,8% maior do que no mesmo período de 2006.
(CLÁUDIA DIANNI)


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