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Governo quer acelerar crédito a setor afetado por importados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo quer acelerar a
concessão de linhas de crédito
para cinco setores industriais:
vestuário, calçados, móveis, naval e automotivo. O objetivo é
fortalecê-los para que tenham
mais capacidade de competir
com produtos chineses nos
mercados interno e externo.
O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, disse ontem que o assunto será estudado junto com o BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento). "É a primeira medida que
estamos tomando com o
BNDES. O objetivo é dar financiamento com mais rapidez para esses setores para que possam fazer investimentos, competir e explorar mais o mercado
doméstico, que está crescendo
a taxas chinesas."
Anteontem, no 19º Fórum
Nacional de Altos Estudos, no
Rio, o embaixador da China no
Brasil, Chen Duqing, pediu que
os empresários brasileiros não
reclamem do avanço chinês,
mas sejam mais competitivos.
"Não vou comentar isso. No
Brasil não é autorizado trabalhar 16 horas", disse Jorge.
Em abril, a Camex (Câmara
de Comércio Exterior) elevou a
tarifa de importação de calçados e vestuários de 20% para
35% para tentar conter as importações chinesas e o contrabando. Mas especialistas do governo avaliam que a medida pode incentivar o contrabando.
Segundo Jorge, embora a indústria automotiva esteja batendo recordes de vendas, o setor foi incluído na lista de beneficiados pelo BNDES porque no
ano que vem deve bater no teto
da capacidade instalada.
Para ele, as importações devem continuar crescendo principalmente na aquisição de máquinas.
"Isso é bom porque significa
que haverá mais investimentos". Jorge acredita que o câmbio valorizado não afetou as exportações porque a demanda
mundial continua alta e há
perspectivas de "uma boa safra
agrícola", o que deve levar o ministério a rever a meta de exportação. "Tudo indica que a
meta deve ficar maior, mas ainda não temos um número".
A meta de exportação para
este ano foi estipulada em US$
152 milhões. Até abril, as vendas somaram US$ 46,4 bilhões,
16,8% maior do que no mesmo
período de 2006.
(CLÁUDIA DIANNI)
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