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memória
Tema aparece como prioridade há quatro anos
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo Lula apresenta
há quatro anos a bandeira da
desoneração da folha de pagamentos, mas, até hoje, não
conseguiu formular proposta concreta que superasse as
dificuldades técnicas e políticas envolvidas na medida.
Em 2003, o projeto de reforma tributária já contemplava a possibilidade de cobrar parte da contribuição
previdenciária patronal sobre o faturamento das empresas, em vez de exclusivamente sobre a folha.
Na época, foi uma tentativa de dar um tom mais "social" à reforma -argumentava-se que a nova regra facilitaria a formalização de trabalhadores.
Ainda naquele ano, o Planalto editou uma medida
provisória, tornada lei em
dezembro, que deu prazo de
120 dias para o envio ao Congresso de um projeto para a
desoneração da folha de pagamentos. Trabalhava-se,
então, com a idéia de reduzir
a alíquota da contribuição ao
INSS para 10%.
A mesma lei, porém, já
agravava os empecilhos à
adoção da medida, ao mudar
a forma de cobrança da Cofins e, conforme previam vários especialistas, promover
um forte aumento da carga
tributária -a Cofins, que
rendia pouco mais de R$ 50
bilhões anuais em 2002, hoje
arrecada o dobro.
Com a nova Cofins e seus
efeitos, estreitaram-se as
possibilidades de elevar ainda mais a tributação sobre o
faturamento das empresas
para compensar uma eventual redução da contribuição
previdenciária.
O tema voltou ao discurso
oficial no ano passado, quando se estudavam medidas de
alívio tributário a serem incluídas no PAC. Agora, a medida é apresentada como
compensação às empresas
que sofrem os efeitos do dólar barato.
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