São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2008

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McCain critica lei e sofre ataque de democratas

DE WASHINGTON

Há alguns dias, o senador John McCain, candidato da situação à sucessão de George W. Bush, colocou no ar o anúncio "Accountable" (responsável), em que apresenta seu programa de governo em linhas gerais e defende o uso de "energias limpas". Assim que o filme entrou no ar em Iowa, Estado que é o centro dos produtores de milho dos EUA, o Partido Democrata local reagiu.
"Suas grandes idéias incluem prejudicar os fazendeiros de Iowa ao acabar com o investimento federal em álcool norte-americano e elevar incentivos para os fazendeiros brasileiros exportarem seu produto para os EUA", disse Brooke Borkenhagen, porta-voz local do partido de oposição. Na campanha, McCain vem defendendo o fim da tarifa, dizendo que se opõe a "subsídios em geral".
Ontem, atacou a aprovação da lei pelo Senado, ao dizer que, se fosse presidente, faria o mesmo que Bush promete fazer e vetaria a lei -e foi atacado novamente, desta vez por seus dois concorrentes na corrida, os democratas Barack Obama e Hillary Clinton. "Eles são como dois lados da mesma moeda", disse a ex-primeira-dama, na cidade rural de Bath, na Dakota do Sul, que realiza suas prévias eleitorais em 3 de junho. "Acho que dizer não à "farm bill" é dizer não aos EUA rurais."
Em declaração divulgada por sua campanha, Obama fez coro: "Ao se opor à lei, o presidente Bush e McCain estão dizendo não aos fazendeiros e pequenos produtores norte-americanos, não à independência energética, não ao ambiente e não a milhões de famintos".
O consenso não só dos democratas como de boa parte dos republicanos em torno da lei é fruto do ano em que é votada, em que o partido de oposição luta nas eleições gerais de novembro tanto por eleger o sucessor de Bush como por conseguir a maioria no Senado, que hoje depende de dois políticos independentes, e consolidar a maioria na Câmara dos Representantes (deputados federais). Daí o aumento do popular programa de cupons alimentares em US$ 10 bilhões.
A lei mira também o voto rural, que vem se provando importante em algumas prévias eleitorais vencidas por Hillary e deve decidir o destino de corridas legislativas distritais nas quais as cadeiras no Congresso estão vagas ou o representante democrata corre perigo. (SD)


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