São Paulo, Domingo, 16 de Maio de 1999
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CORRENDO POR FORA

Embarques de carne e frutas aumentam
Governo tem setores considerados estratégicos

da Sucursal de Brasília

Apesar da queda nas exportações em 38 setores-chave da economia, como o automotivo, o Brasil conseguiu aumentar seus embarques de aviões, de frutas, de carne bovina, de cachaça e de outros 12 segmentos produtivos que compõem o PEE (Programa Especial de Exportações) no primeiro trimestre do ano.
O conjunto dos 16 setores do PEE que tiveram crescimento nas exportações nos primeiros três meses de 99 respondeu por 30,51% do total embarcado pelo país no período.
Coordenado pela Camex (Câmara de Comércio Exterior), o PEE é um programa criado no ano passado com a finalidade de promover as exportações dos setores considerados prioritários pelo governo.
Nele, participam os órgãos do governo ligados ao comércio exterior e as empresas privadas.
Basicamente, os produtos que tiveram aumento nos embarques no primeiro trimestre, em relação a igual período de 98, são os que conquistaram mercados em uma época de restrição na demanda mundial, de queda nos preços das commodities e de desequilíbrio na taxa de câmbio no Brasil.
Produtos como as carnes bovina e de frango foram favorecidos pelo aumento dos seus preços no mercado internacional.
Os embarques do primeiro cresceram 47,1% e foram destinados principalmente para o Reino Unido, os Estados Unidos, a Holanda e a Itália.
As exportações de carne de frango cresceram 13,2%. O produto teve como destinos mais importantes a Arábia Saudita e o Japão.

Agrícolas crescem
Outros setores, como o complexo soja e o café, navegaram contra a corrente: aumentaram os embarques em 26,5% e em 15,3%, respectivamente, mesmo com a queda nas suas cotações no mercado internacional.
O preço do café caiu 46,35% no período, mas o produto brasileiro foi comprado principalmente pelos EUA, Alemanha, Itália e Japão. O complexo soja foi vendido para a Holanda, o Irã, a França e outros países.
Produto essencialmente nacional, a cachaça foi exportada principalmente para a Alemanha, o Paraguai e o Equador.
Os embarques cresceram nada menos que 44,5% e elevaram a aguardente à condição de quarto produto em desempenho de exportação do PEE.
O destaque, entretanto, ficou para o aumento de 54,25% nas exportações da indústria aeronáutica -basicamente, de aviões da Embraer.
Produtos mais elaborados, as aeronaves foram destinadas aos Estados Unidos e à França.
Esses dois mercados contam com fortes indústrias do mesmo setor. (DCM)

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