São Paulo, Domingo, 16 de Maio de 1999
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Objetivo do governo está ameaçado

da Sucursal de Brasília

A aceleração da atividade econômica do país prevista para o segundo semestre deverá repercutir negativamente nas exportações, na avaliação da Camex.
A Folha apurou que outros setores do governo não esperam um superávit comercial maior que US$ 4 bilhões neste ano, embora o presidente Fernando Henrique Cardoso tenha mencionado o saldo positivo de US$ 7 bilhões.
Os mesmos setores também já descartaram a possibilidade de o país atingir a única meta definida para o comércio exterior: alcançar US$ 100 bilhões em embarques no ano 2002.
"Se houver aumento ainda maior da atividade econômica no segundo semestre, as exportações tenderão a cair ainda mais. Os produtores se voltarão completamente para o abastecimento do mercado interno", afirma Botafogo.
Os números do segundo semestre tendem a apontar leve crescimento nos embarques, "sem grandes saltos", segundo Botafogo. Esse aumento, entretanto, será pouco significativo porque o desempenho das exportações no mesmo período do ano passado foi considerado medíocre, completa José Augusto de Castro, diretor da AEB.
Nos cálculos da consultoria A. C. Pastore & Associados, os embarques deverão somar apenas US$ 48 bilhões neste ano. Ou seja, seriam 6,1% inferiores aos US$ 51,1 bilhões registrados em 98. Em comparação com o total de 97, de US$ 52,9 bilhões, a queda seria de 9,4%.
A queda de cerca de 28% nas importações, que deverão somar de US$ 41 bilhões a US$ 42 bilhões, seria suficiente para assegurar um superávit na balança comercial de US$ 5 bilhões a US$ 7 bilhões, conforme a mesma consultoria.
A Camex se esquiva da tarefa de apresentar estimativas antes do segundo semestre. Mas insiste que a meta de US$ 100 bilhões em importações "ainda pode ser alcançada em 2002".
Na opinião do diretor da AEB, "é impossível". (DCM)

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