São Paulo, Domingo, 16 de Maio de 1999
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Vendas à Argentina têm queda de 24,5%

da Sucursal de Brasília

A recessão na Argentina e as medidas recentes para aumentar a burocracia na importação de produtos brasileiros provocaram queda de 24,5% nas exportações do Brasil para seu principal parceiro do Mercosul de janeiro a março.
Essa queda nos embarques de US$ 1,565 bilhão, no primeiro trimestre de 98, para US$ 1,186 bilhão, no mesmo período deste ano, é mais expressiva que a redução do comércio do Brasil com todo o mundo, que caiu 18,5%.
Apesar dessa redução nos embarques brasileiros e da queda de 30,64% nas importações de produtos argentinos, a balança comercial bilateral continua negativa para o Brasil em US$ 106,5 milhões.
A tendência, aponta análise oficial de abril da Embaixada da Argentina no Brasil, é a reversão do resultado negativo neste ano.
As possibilidades de melhoria dos embarques brasileiros ao país vizinho em curto prazo são consideradas remotas.
A Folha apurou que a recessão argentina é avaliada pelo governo brasileiro como reflexo, em boa medida, da política de rigidez cambial do próprio país.
As medidas que restringem a entrada dos produtos brasileiros foram motivo de reclamação formal do Brasil ao mecanismo de solução de controvérsias do Mercosul. O caso deve ser avaliado até junho.
De uma forma geral, os produtos do Brasil perderam mercado no primeiro trimestre com a redução da demanda de toda a América Latina, um dos principais consumidores dos produtos manufaturados brasileiros.
De acordo com os dados da Camex (Câmara de Comércio Exterior), dos 38 setores do Programa Especial de Exportações que contabilizaram queda nos embarques no período, 36 eram manufaturados ou semi-manufaturados.
A venda de automóveis, por exemplo, caiu 68,8%, principalmente por causa da redução da demanda da Argentina e das regras que limitam o comércio bilateral do produto.
Essa situação somente foi superada pela queda dos embarques do setor fabricante de cigarros e charutos entre janeiro e março, de 87,2%. (DCM)

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