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Vendas à Argentina
têm queda de 24,5%
da Sucursal de Brasília
A recessão na Argentina e as medidas recentes para aumentar a burocracia na importação de produtos brasileiros provocaram queda
de 24,5% nas exportações do Brasil
para seu principal parceiro do
Mercosul de janeiro a março.
Essa queda nos embarques de
US$ 1,565 bilhão, no primeiro trimestre de 98, para US$ 1,186 bilhão, no mesmo período deste ano,
é mais expressiva que a redução do
comércio do Brasil com todo o
mundo, que caiu 18,5%.
Apesar dessa redução nos embarques brasileiros e da queda de
30,64% nas importações de produtos argentinos, a balança comercial
bilateral continua negativa para o
Brasil em US$ 106,5 milhões.
A tendência, aponta análise oficial de abril da Embaixada da Argentina no Brasil, é a reversão do
resultado negativo neste ano.
As possibilidades de melhoria
dos embarques brasileiros ao país
vizinho em curto prazo são consideradas remotas.
A Folha apurou que a recessão
argentina é avaliada pelo governo
brasileiro como reflexo, em boa
medida, da política de rigidez cambial do próprio país.
As medidas que restringem a entrada dos produtos brasileiros foram motivo de reclamação formal
do Brasil ao mecanismo de solução
de controvérsias do Mercosul. O
caso deve ser avaliado até junho.
De uma forma geral, os produtos
do Brasil perderam mercado no
primeiro trimestre com a redução
da demanda de toda a América Latina, um dos principais consumidores dos produtos manufaturados brasileiros.
De acordo com os dados da Camex (Câmara de Comércio Exterior), dos 38 setores do Programa
Especial de Exportações que contabilizaram queda nos embarques
no período, 36 eram manufaturados ou semi-manufaturados.
A venda de automóveis, por
exemplo, caiu 68,8%, principalmente por causa da redução da demanda da Argentina e das regras
que limitam o comércio bilateral
do produto.
Essa situação somente foi superada pela queda dos embarques do
setor fabricante de cigarros e charutos entre janeiro e março, de
87,2%.
(DCM)
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