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Investidor em fundo DI obtém 1/3 do ganho real oferecido há um ano
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investidores de fundos DI estão pondo no bolso um terço do
ganho real líquido que obtinham
um ano atrás. A rentabilidade real
anualizada dos fundos DI no segundo trimestre deste ano foi de
4,3%, segundo cálculos do site
Fortuna. No segundo trimestre de
2003, era de 13,8%.
O ganho real dos fundos foi calculado descontando-se a inflação
medida pelo IPCA, o Imposto de
Renda e a taxa de administração
cobrada pelos bancos. Ela mostra
o que foi realmente para o bolso
do investidor."A queda dos ganhos abriu espaço para outras
aplicações, como os fundos multimercados", diz Jorge Simino, diretor da MS Consult.
De janeiro até o último dia 13,
R$ 2,4 bilhões saíram dos fundos
DI, o equivalente a 1,48% do patrimônio dessas aplicações. Os multimercados tiveram captação positiva (aplicações menos saques)
de R$ 4,9 bilhões no período.
O tombo na rentabilidade dos
DI é resultado da queda da taxa
básica de juros, a Selic, e da redução do chamado "prêmio" pago
pelos títulos de longo prazo, nos
quais eles aplicam o dinheiro do
investidor. Esses títulos estavam
pagando 2,75% ao ano, acima da
Selic, em julho de 2002. "Esse prêmio foi caindo de lá para cá e chegou a quase zero", observa Marcelo D'Agosto, sócio-diretor do
Fortuna.
Segundo D'Agosto, todo o esforço do governo para reduzir a
taxa de juros apenas serviu apenas para fazer os rendimentos
voltarem ao patamar anterior à
crise eleitoral. Desde o segundo
semestre de 2000 o ganho real dos
DI tem ficado entre 4% e 5% ao
ano. No início do Plano Real, em
1998, eles chegaram a render
19,4% ao ano graças aos juros altos e à inflação baixa.
A análise do rendimento trimestre a trimestre (veja quadro)
permite acompanhar o impacto
da queda dos juros básicos da
economia e do comportamento
da inflação sobre essas aplicações
financeiras. Ela também mostra
se há muita oscilação no curto
prazo, "o que seria ruim, pois indicaria uma situação de instabilidade dos juros e da inflação", comenta D'Agosto.
Segundo o Fortuna, após o pico
de rentabilidade real atingido em
maio de 2003 (12% ao ano) -véspera do primeiro corte na Selic-,
a tendência dos ganhos dos DI foi
de queda. "Os juros altos do início
de 2003 permitiram recuperar as
perdas do investidor na crise eleitoral", diz D'Agosto. No último
trimestre de 2002, os DI tiveram
rendimento de -8,5% ao ano.
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