São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa devolve parte dos fortes ganhos da semana e recua 2,69%; dólar encerra período a R$ 2,338

Crise política freia recuperação da Bolsa

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo, até anteontem, ensaiava registrar uma de suas melhores semanas do ano. Mas o cenário político voltou a perturbar o mercado.
A queda de 2,69% marcada no pregão de ontem engoliu boa parte dos ganhos acumulados nos dias anteriores. Até quinta-feira, a Bovespa tinha valorização semanal acima dos 6%. Nenhuma das ações do Ibovespa subiu ontem.
As preocupações em torno do cenário político bateram na Bolsa. Operadores temem que o publicitário Marcos Valério conte o que sabe sobre corrupção de parlamentares, em troca de proteção da Justiça. Com isso, cautela voltou a ser a palavra de ordem.
Na semana, o Ibovespa (índice da Bolsa) subiu 3,27%, com 45 de suas 55 ações em alta.
A ação preferencial "A" da Braskem registrou valorização de 19,48% e liderou os ganhos.
Para o mercado acionário, a expectativa daqui para o fim do ano é positiva, avaliam analistas. Isso porque a tendência é a de baixa para a taxa básica de juros.
Na próxima semana, o Copom realiza sua reunião mensal para definir como fica a Selic, que está em 19,75% anuais. A maioria do mercado espera pela manutenção da taxa básica. Mas uma ainda pequena parcela não descarta a chance de o juro ser cortado em 0,25 ponto percentual.
"As surpresas positivas no campo inflacionário e a atividade econômica relativamente estável aumentaram as chances de o ciclo de queda dos juros ter início no curto prazo. Mas é pouco provável que o Copom decida por uma redução da Selic já nesta reunião", diz Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
A Merrill Lynch, segundo informação da Bloomberg, recomendou que os investidores comprem bônus do governo brasileiro, devido a expectativas de que o BC comece a baixar os juros em breve. Para a Merrill Lynch, a taxa básica deve cair quatro pontos percentuais nos próximos 18 meses. Isso porque a perspectiva de queda dos juros normalmente eleva a demanda pelos títulos já lançados com rendimentos mais elevados.
Na BM&F, as projeções futuras de juros recuaram. De sexta-feira passada para ontem, a taxa do contrato DI mais negociado, que vence daqui a 18 meses, caiu de 17,59% para 17,53%.
O dólar encerrou as operações de ontem a R$ 2,338 (+0,09%).
(FABRICIO VIEIRA)


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