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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa devolve parte dos fortes ganhos da semana e recua 2,69%; dólar encerra período a R$ 2,338
Crise política freia recuperação da Bolsa
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São Paulo, até anteontem, ensaiava registrar uma de suas melhores semanas do ano. Mas o cenário político
voltou a perturbar o mercado.
A queda de 2,69% marcada no
pregão de ontem engoliu boa parte dos ganhos acumulados nos
dias anteriores. Até quinta-feira, a
Bovespa tinha valorização semanal acima dos 6%. Nenhuma das
ações do Ibovespa subiu ontem.
As preocupações em torno do
cenário político bateram na Bolsa.
Operadores temem que o publicitário Marcos Valério conte o que
sabe sobre corrupção de parlamentares, em troca de proteção
da Justiça. Com isso, cautela voltou a ser a palavra de ordem.
Na semana, o Ibovespa (índice
da Bolsa) subiu 3,27%, com 45 de
suas 55 ações em alta.
A ação preferencial "A" da Braskem registrou valorização de
19,48% e liderou os ganhos.
Para o mercado acionário, a expectativa daqui para o fim do ano
é positiva, avaliam analistas. Isso
porque a tendência é a de baixa
para a taxa básica de juros.
Na próxima semana, o Copom
realiza sua reunião mensal para
definir como fica a Selic, que está
em 19,75% anuais. A maioria do
mercado espera pela manutenção
da taxa básica. Mas uma ainda pequena parcela não descarta a
chance de o juro ser cortado em
0,25 ponto percentual.
"As surpresas positivas no campo inflacionário e a atividade econômica relativamente estável aumentaram as chances de o ciclo
de queda dos juros ter início no
curto prazo. Mas é pouco provável que o Copom decida por uma
redução da Selic já nesta reunião",
diz Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
A Merrill Lynch, segundo informação da Bloomberg, recomendou que os investidores comprem
bônus do governo brasileiro, devido a expectativas de que o BC
comece a baixar os juros em breve. Para a Merrill Lynch, a taxa básica deve cair quatro pontos percentuais nos próximos 18 meses.
Isso porque a perspectiva de queda dos juros normalmente eleva a
demanda pelos títulos já lançados
com rendimentos mais elevados.
Na BM&F, as projeções futuras
de juros recuaram. De sexta-feira
passada para ontem, a taxa do
contrato DI mais negociado, que
vence daqui a 18 meses, caiu de
17,59% para 17,53%.
O dólar encerrou as operações
de ontem a R$ 2,338 (+0,09%).
(FABRICIO VIEIRA)
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