|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIZINHO EM CRISE
Itens básicos do pacote financeiro já teriam sido fechados
FMI e G-7 avaliam apoio à Argentina
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
O FMI (Fundo Monetário Internacional) e o G-7 (os sete países
mais ricos do mundo) querem solucionar as últimas dúvidas sobre
a viabilidade política de um novo
aperto fiscal na Argentina para
dar o sinal verde ao anúncio do
pacote de ajuda ao país.
A informação é de um funcionário envolvido nas negociações.
Segundo ele, todos os itens básicos do novo pacote já foram fechados: faltaria apenas convencer
os governos do G-7 de que a Argentina vai conseguir executar o
programa vinculado ao pacote.
Estima-se que algum tipo de
anúncio do FMI seja feito antes do
final de semana (provavelmente
na sexta-feira), mas não há certeza de que o pacote completo vá
ser divulgado. Pode ser que o FMI
opte apenas por um comunicado
de apoio ao país, com o objetivo
de acalmar os mercados.
Ontem, o vice-ministro da Economia da Argentina, Daniel
Marx, disse que "as negociações
estão caminhando conforme o esperado" e negou, novamente, que
elas envolvam uma possível reestruturação da dívida argentina.
"Estamos trabalhando com o objetivo de fortalecer o programa
atual", afirmou Marx.
Depois de uma conversa com
autoridades não identificadas do
governo argentino, o banco de investimentos JP Morgan-Chase fez
circular ontem, internamente, um
documento estimando em US$ 15
bilhões o valor de uma nova ajuda
financeira ao país.
No entanto, o banco informou
que apenas US$ 6 bilhões desse
valor seriam, de fato, recursos novos. Segundo o documento, deverão ser adicionados, ao valor final
do pacote, empréstimos que já
haviam sido prometidos à Argentina no passado mas que ainda
não foram desembolsados. Seriam usados "para fazer volume"
Entre eles estão os US$ 7 bilhões
restantes do empréstimo original
de US$ 13 bilhões do FMI à Argentina e US$ 5 bilhões que o
Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento
prometeram à Argentina no passado. O resto do valor viria de
bancos privados.
Outros rumores também indicavam que o novo pacote à Argentina teria um valor extremamente alto -entre US$ 15 bilhões
e US$ 20 bilhões-, mas "intocável": os recursos novos seriam mínimos e quase que inteiramente
condicionados a um aperto fiscal
severo. Além disso, apenas um
pequena parcela desse valor seria
liberada num primeiro momento.
Além de novos recursos do FMI
-entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões- comenta-se que o pacote
terá recursos do G-7, do governo
da Espanha, de bancos privados,
do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento. O FMI desmente esses números, informando que as negociações da instituição com o governo
argentino continuam.
Texto Anterior: Opinião Econômica - Paulo Nogueira Batista Jr.: Uma cobaia chamada Argentina Próximo Texto: O'Neill compara país a Uganda e Paquistão Índice
|