São Paulo, quinta-feira, 16 de agosto de 2001

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SOCORRO INTERNACIONAL

Pacote do FMI à Argentina pode ser anunciado hoje

O'Neill compara país a Uganda e Paquistão

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

Comparando a importância da Argentina à da Uganda e à do Paquistão, o secretário do Tesouro norte-americano, Paulo O'Neill, disse ontem que os EUA têm o dever de ajudar países em dificuldade a se recuperar de crises econômicas.
O'Neill afirmou ainda ter esperança em que as medidas fiscais implementadas pelo governo argentino trarão estabilidade econômica para o país vizinho.
"Ninguém pode desejar mal aos argentinos pelo que pretendem fazer", disse ele, referindo-se ao plano de eliminação imediata do déficit fiscal do país, o chamado plano de déficit zero, criado pelo ministro da Economia, Domingo Cavallo.
"Estamos observando a situação do país diariamente e veremos o que fazer", afirmou o secretário.
Segundo O'Neill, o poder de liderança dos EUA no mundo obriga a Casa Branca a preocupar-se com o padrão de vida e o desenvolvimento econômico de outras nações. "Seja a Argentina, a Uganda ou o Paquistão", disse ele, não fazendo distinção entre os países.
O'Neill não comentou aspectos de um possível novo pacote de ajuda do FMI (Fundo Monetário Internacional) à Argentina. Segundo fontes do Fundo, esse pacote deverá ser anunciado hoje ou amanhã.
A definição dos termos do novo plano de socorro financeiro estaria apenas dependendo de um acordo com os países do G-7 (os sete países mais ricos do mundo) sobre o valor exato da ajuda.
Fortes rumores nos mercados informavam ontem que o novo pacote à Argentina teria um valor extremamente alto (entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões), mas seria quase que inteiramente condicionado a um aperto fiscal severo. Na prática, apenas um pequena parcela (cerca de US$ 2 bilhões) desse valor seria liberada num primeiro momento, segundo analistas do mercado financeiro internacional.
Além de novos recursos do caixa do próprio FMI (entre US$ 6 e US$ 8 bilhões), o pacote também conteria, segundo esses rumores, com recursos do G-7, do governo da Espanha, de grandes bancos privados, do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
O FMI desmente esses números, informando que as negociações com o governo argentino ainda não foram concluídas.


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