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SOCORRO INTERNACIONAL
Pacote do FMI à Argentina pode ser anunciado hoje
O'Neill compara país a Uganda e Paquistão
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
Comparando a importância da
Argentina à da Uganda e à do Paquistão, o secretário do Tesouro
norte-americano, Paulo O'Neill,
disse ontem que os EUA têm o dever de ajudar países em dificuldade a se recuperar de crises econômicas.
O'Neill afirmou ainda ter esperança em que as medidas fiscais
implementadas pelo governo argentino trarão estabilidade econômica para o país vizinho.
"Ninguém pode desejar mal aos
argentinos pelo que pretendem
fazer", disse ele, referindo-se ao
plano de eliminação imediata do
déficit fiscal do país, o chamado
plano de déficit zero, criado pelo
ministro da Economia, Domingo
Cavallo.
"Estamos observando a situação do país diariamente e veremos o que fazer", afirmou o secretário.
Segundo O'Neill, o poder de liderança dos EUA no mundo obriga a Casa Branca a preocupar-se
com o padrão de vida e o desenvolvimento econômico de outras
nações. "Seja a Argentina, a
Uganda ou o Paquistão", disse ele,
não fazendo distinção entre os
países.
O'Neill não comentou aspectos
de um possível novo pacote de
ajuda do FMI (Fundo Monetário
Internacional) à Argentina. Segundo fontes do Fundo, esse pacote deverá ser anunciado hoje ou
amanhã.
A definição dos termos do novo
plano de socorro financeiro estaria apenas dependendo de um
acordo com os países do G-7 (os
sete países mais ricos do mundo)
sobre o valor exato da ajuda.
Fortes rumores nos mercados
informavam ontem que o novo
pacote à Argentina teria um valor
extremamente alto (entre US$ 15
bilhões e US$ 20 bilhões), mas seria quase que inteiramente condicionado a um aperto fiscal severo.
Na prática, apenas um pequena
parcela (cerca de US$ 2 bilhões)
desse valor seria liberada num
primeiro momento, segundo
analistas do mercado financeiro
internacional.
Além de novos recursos do caixa do próprio FMI (entre US$ 6 e
US$ 8 bilhões), o pacote também
conteria, segundo esses rumores,
com recursos do G-7, do governo
da Espanha, de grandes bancos
privados, do Banco Mundial e do
Banco Interamericano de Desenvolvimento.
O FMI desmente esses números, informando que as negociações com o governo argentino
ainda não foram concluídas.
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