DE BUENOS AIRES

Um dia após o anúncio de um acordo para a emissão de títulos federais para que as Províncias paguem salários e fornecedores, um grupo de governadores oposicionistas disse ontem que não aceitará esses títulos como repasse do governo federal, ameaçando a sua viabilidade. Segundo o acordo anunciado anteontem com a Província de Buenos Aires, a maior do país, os títulos, chamados de Lecop (Letras de Cancelamento de Obrigações Provinciais) serão aceitos pelo governo para o pagamento de impostos.
"Já é suficiente o esforço [das Províncias" de atingir o déficit zero para aceitarmos um novo ajuste", reclamou o governador de Salta, Juan Carlos Romero, após uma reunião com outros governadores. Os mandatários oposicionistas também criticaram a possibilidade de o governo reduzir os repasses às Províncias como condição para o recebimento de uma ajuda extraordinária do Fundo Monetário Internacional.
Os mercados financeiros voltaram ontem a demonstrar otimismo em relação a uma possível ajuda do FMI à Argentina, após dois dias de nervosismo provocado pela demora de um anúncio.
O índice de risco-país, principal termômetro da desconfiança dos investidores sobre o país, chegou ao fim do dia em 1.452 pontos, 49 a menos que no dia anterior. Os títulos da dívida argentina tiveram uma valorização média de 1,9%, e a Bolsa de Buenos Aires fechou em alta de 3,3%. (RW)


Texto Anterior: Valorização do euro preocupa argentinos
Próximo Texto: Salto no escuro: Energéticas atacam Aneel por causa do MAE
Índice