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Agora, empresário quer reabrir Mesbla
RICARDO GRINBAUM
DA REPORTAGEM LOCAL
Ricardo Mansur, que é perseguido por credores desesperados
até na cadeia, agora quer reabrir a
Mesbla. Um de seus advogados,
Alfredo Bumachar, prepara um
pedido à Justiça para reverter a falência da cadeia de lojas.
A Mesbla e o Mappin, as duas
redes que pertenciam a Mansur,
quebraram em 1999. Desde então,
os credores brigam na Justiça para receber dívidas avaliadas em
mais de R$ 1 bilhão.
Alfredo Bumachar diz que, pelo
menos no caso da Mesbla, Mansur pode ter mais a receber do que
a pagar. As dívidas da Mesbla, nas
contas do advogado, somariam
R$ 200 milhões.
Em compensação, teria a receber R$ 200 milhões, de dívidas
dos clientes da financeira Flexplan, que pertencia à Mesbla.
Bumachar aguarda o fim da
contabilização pela Justiça do que
a Mesbla deve e do que tem a receber para entrar com pedido de
"concordata suspensiva". A medida suspenderia a falência e obrigaria a Mesbla a pagar 35% da dívida à vista ou 50% em dois anos.
Pelas contas de Bumachar, os
créditos da Flexplan seriam mais
do que suficientes para honrar os
débitos. "Vamos entrar com o pedido de concordata suspensiva
até o fim do ano", diz o advogado.
Na prática, seria muito complicado colocar a Mesbla de pé. As
lojas já foram passadas para a
frente. A antiga sede, na rua do
Passeio, no Rio de Janeiro, está
ocupada pelas Lojas Americanas.
Além disso, Mansur deve contar
com a resistência dos credores.
Cansados de perseguir o empresário, os advogados do BNDES e
da Fundação Cesp orientaram
oficiais de Justiça a visitar Mansur
na cadeia. "Desde 1999, tentamos
localizar o Mansur inúmeras vezes, sem sucesso", diz o advogado
da Fundação, Luís Lencioni.
O oficial de Justiça levava a citação para Mansur assinar na casa
em São Paulo, mas sempre diziam
que ele não estava. "Quando vimos que ele estava na PF, acionamos o oficial de Justiça porque tínhamos certeza de que seria encontrado", diz Leoncioni.
Mansur deve R$ 21 milhões à
Fundação. Ao assinar o documento, foi avisado de que tem 24
horas para honrar o débito ou
apresentar bens para penhora.
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