São Paulo, quinta-feira, 16 de agosto de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Agora, empresário quer reabrir Mesbla

RICARDO GRINBAUM
DA REPORTAGEM LOCAL

Ricardo Mansur, que é perseguido por credores desesperados até na cadeia, agora quer reabrir a Mesbla. Um de seus advogados, Alfredo Bumachar, prepara um pedido à Justiça para reverter a falência da cadeia de lojas.
A Mesbla e o Mappin, as duas redes que pertenciam a Mansur, quebraram em 1999. Desde então, os credores brigam na Justiça para receber dívidas avaliadas em mais de R$ 1 bilhão.
Alfredo Bumachar diz que, pelo menos no caso da Mesbla, Mansur pode ter mais a receber do que a pagar. As dívidas da Mesbla, nas contas do advogado, somariam R$ 200 milhões.
Em compensação, teria a receber R$ 200 milhões, de dívidas dos clientes da financeira Flexplan, que pertencia à Mesbla.
Bumachar aguarda o fim da contabilização pela Justiça do que a Mesbla deve e do que tem a receber para entrar com pedido de "concordata suspensiva". A medida suspenderia a falência e obrigaria a Mesbla a pagar 35% da dívida à vista ou 50% em dois anos.
Pelas contas de Bumachar, os créditos da Flexplan seriam mais do que suficientes para honrar os débitos. "Vamos entrar com o pedido de concordata suspensiva até o fim do ano", diz o advogado.
Na prática, seria muito complicado colocar a Mesbla de pé. As lojas já foram passadas para a frente. A antiga sede, na rua do Passeio, no Rio de Janeiro, está ocupada pelas Lojas Americanas.
Além disso, Mansur deve contar com a resistência dos credores. Cansados de perseguir o empresário, os advogados do BNDES e da Fundação Cesp orientaram oficiais de Justiça a visitar Mansur na cadeia. "Desde 1999, tentamos localizar o Mansur inúmeras vezes, sem sucesso", diz o advogado da Fundação, Luís Lencioni.
O oficial de Justiça levava a citação para Mansur assinar na casa em São Paulo, mas sempre diziam que ele não estava. "Quando vimos que ele estava na PF, acionamos o oficial de Justiça porque tínhamos certeza de que seria encontrado", diz Leoncioni.
Mansur deve R$ 21 milhões à Fundação. Ao assinar o documento, foi avisado de que tem 24 horas para honrar o débito ou apresentar bens para penhora.


Texto Anterior: Na cadeia: Oficiais de Justiça intimam Mansur depois de preso
Próximo Texto: Na cela, Mansur rejeita "quentinha"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.