São Paulo, quinta-feira, 16 de agosto de 2001

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Na cela, Mansur rejeita "quentinha"

DA REPORTAGEM LOCAL

Ricardo Mansur passou o dia de ontem sentado dentro de uma das duas celas de cerca de 30 metros quadrados que ficam no subsolo do prédio da Polícia Federal no bairro de Higienópolis, na região central de São Paulo.
A seu lado, no subsolo, estavam ao menos 19 outros presos, entre acusados de crimes como tráfico de drogas, estelionato, além de estrangeiros à espera de extradição.
O ex-proprietário das redes Mappin e Mesbla, que se apresentou à PF anteontem, só vai ter direito a visitas hoje à tarde -pelas regras que valem para todos os demais presos, as visitas só devem ocorrer às quintas-feiras, das 14h às 16h.
Amanhã será o dia de seu primeiro banho de sol -que pode ser recusado por ele. A saída dos presos até a área externa do prédio ocorre às segundas e sextas-feiras. Qualquer mudança nessa rotina só pode ser feita por ordem judicial.
Ontem, quarta-feira, como de praxe, era o dia em que Mansur teve permissão para fazer um único telefonema. Agentes da PF afirmaram que ele conversou com os advogados.
O empresário praticamente não comeu ontem -tomou café da manhã, mas recusou a quentinha servida no almoço. Comentou com agentes da PF que estava sem fome. Disse também que dormira pouco.
No dia em que Mansur se apresentou à polícia, seu advogado, Milton Rosenthal, afirmou que o cliente ainda se recuperava de pneumonia e apresentava sintomas de depressão. Segundo a PF, o empresário não está usando medicamentos. Nenhum exame médico havia sido feito até ontem à noite.
Mansur manteve a mesma calça jeans que vestia quando se entregou à Polícia Federal, mas trocou de camisa. Vestiu uma azul, no lugar da branca de manga comprida que usava na terça-feira.
A presença de Mansur no prédio da PF -e dos jornalistas que acompanham o caso- despertou a atenção de moradores do bairro que passavam pela frente do edifício. Alguns pararam para saber se o empresário estivera no pátio e se já havia conseguido habeas corpus para sair de lá.
(JOSÉLIA AGUIAR)


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