São Paulo, quinta-feira, 16 de agosto de 2001

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MERCADO FINANCEIRO

Melhora no país vizinho faz operadores ignorarem mau resultado do PIB e levarem dólar a R$ 1,49

Calmaria na Argentina ajuda dólar a cair

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia menos atribulado na Argentina ajudou a reduzir a cotação do dólar no Brasil. O mercado brasileiro continua "colado" às oscilações na economia do país vizinho. Ontem, o dólar caiu 1,03%, e a cotação da moeda norte-americana ficou em R$ 2,49.
Para operadores, havia ontem sinais de que o cenário argentino poderia melhorar. As reservas internacionais do sistema financeiro argentino pararam de cair e os títulos da dívida externa subiram, o que fez cair o risco-país.
O cenário mais tranquilo na Argentina e um relativo aumento no ingresso de dólares no mercado brasileiro ajudaram a derrubar a cotação do dólar.
O mercado de câmbio chegou a ignorar a divulgação do resultado do PIB (Produto Interno Bruto) trimestral, feita ontem. O PIB do segundo trimestre caiu 0,99% em relação aos três meses anteriores. A redução do ritmo de atividade da economia foi maior do que a esperada pelos analistas.
Mesmo a Bovespa, que caiu 1,23%, não chegou a ser influenciada pelo mau resultado do PIB. A Bolsa paulista fechou ontem em 13.658 pontos, com um volume negociado de R$ 1 bilhão.
Foi um volume recorde para as últimas semanas. A Bolsa raramente tem movimentado mais que R$ 500 milhões.
Esse volume não foi resultado, no entanto, de uma retomada de negócios. Ontem venceram os contratos futuros de índice Ibovespa e, tradicionalmente, o volume aumenta em dias de vencimento, com investidores vendendo e comprando ações na tentativa de levar o índice para um patamar mais favorável.
O Ibovespa também foi puxado para baixo por conta das quedas acentuadas das ações da Globo Cabo e da Embraer. As ações preferenciais da Globo Cabo caíram 7,6%, e as da Embraer, 9,88%.

Estrangeiro volta
A Bovespa divulgou ontem a evolução dos investimentos estrangeiros na Bolsa nos dez primeiros dias deste mês. No período, os estrangeiros compraram R$ 1 bilhão em ações e venderam R$ 924 milhões. O resultado positivo foi de R$ 134 milhões.
Se confirmada a tendência até o final do mês, a Bolsa pode reverter a tendência de saída dos estrangeiros. Neste ano, o saldo de investimentos estrangeiros foi negativo em fevereiro, março, junho e julho.


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