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Dólar em baixa derruba resultado da Eletrobrás
DA FOLHA ONLINE
A depreciação do dólar ante o
real derrubou o resultado financeiro da holding Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.),
uma das principais estatais do
país -junto com a Petrobras e o
Banco do Brasil. A Eletrobrás fechou o segundo trimestre deste
ano com prejuízo líquido de R$
612 milhões. Em igual período do
ano passado, a empresa havia obtido lucro de R$ 1,630 bilhão.
No semestre, o prejuízo da companhia foi de R$ 36,438 milhões,
contra um lucro de R$ 2,075 bilhões contabilizado em igual período do ano passado.
Esse prejuízo pode ser explicado pelo perfil da carteira de recebíveis da Eletrobrás: 50% estão
atrelados à moeda americana. A
estatal detém 50% de participação
na usina de Itaipu, que vende sua
energia em dólar. "Só os financiamentos a receber de créditos da
Itaipu Binacional, indexados pelo
dólar, somam R$ 18 bilhões, o
equivalente a US$ 7,7 bilhões", diz
comunicado da estatal.
A receita obtida com fornecimento de energia pelas demais
geradoras -que não é indexado
ao câmbio- ficou praticamente
estável, em torno de R$ 4,8 bilhões ante R$ 4,6 bilhões no mesmo período de 2004.
Para o analista Oswaldo Telles
Filho, do banco Banif Primus, a
exposição da Eletrobrás é "relativamente alta" e afeta o resultado
da estatal. "Ela empresta em dólar
para outras empresas. Quando o
real se valoriza, a empresa perde."
Pelos cálculos da Eletrobrás, o
impacto da variação cambial no
resultado do semestre resultou
em uma perda de R$ 2,3 bilhões.
No mesmo período do ano anterior, segundo a estatal, houve um
ganho de R$ 1,4 bilhão.
Apesar desse quadro, Telles Filho espera por recuperação do resultado da Eletrobrás ao longo do
segundo semestre. Essa recuperação se dará, principalmente, pelo
efeito cambial. O banco Banif Primus espera por um dólar de R$
2,60 no final do ano.
Essa expectativa positiva já foi
sentida pelo mercado. As ações
ordinárias da Eletrobrás fecharam em alta de 4,26% e ficaram
entre as maiores valorizações da
Bolsa de São Paulo no dia.
Consumo
O aumento da temperatura média no primeiro semestre deste
ano fez o consumo de energia elétrica crescer 5,4% em relação ao
mesmo período do ano passado.
A temperatura mais elevada influenciou no aumento de consumo nas classes residencial, comercial e rural. As informações
são das Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), que agora é a
instituição responsável pela divulgação do consumo de energia,
em substituição à Eletrobrás.
A indústria também registrou
um crescimento no consumo de
energia elétrica, mas a alta de 4%
foi inferior aos 5,6% do primeiro
semestre de 2004 (em relação a
2003). Essa taxa, segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquin, reflete o menor crescimento
da produção industrial, principalmente no primeiro trimestre.
Colaborou Luciana Brafman,
da Sucursal do Rio
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