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BALANÇO
Resultado de janeiro a junho supera em 39,3% o de igual período de 2004; reajuste de tarifas rendeu R$ 190 mi
Banco do Brasil lucra R$ 1,98 bi no semestre
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento da concessão de empréstimos e a cobrança de tarifas
fizeram com que o lucro do Banco
do Brasil atingisse R$ 1,979 bilhão
no primeiro semestre, valor
39,3% maior do que o registrado
em igual período do ano passado.
Dos bancos que divulgaram
seus resultados até agora, o lucro
do BB é o terceiro maior, atrás do
do Bradesco (R$ 2,621 bilhões) e
do do Itaú (R$ 2,475 bilhões).
O presidente do BB, Rossano
Maranhão, classificou o resultado
de "magnífico" e o creditou à alta
na produtividade do banco.
"Crescemos com qualidade, focando na eficiência operacional."
Só com a cobrança de tarifas, o
BB faturou R$ 3,696 bilhões nos
primeiros seis meses deste ano,
R$ 501 milhões a mais do que no
primeiro semestre de 2004.
Nas contas do BB, esses R$ 501
milhões adicionais foram obtidos
da seguinte maneira: R$ 311 milhões pelo aumento no número
de clientes e R$ 190 milhões com
reajustes nas tarifas cobradas.
Segundo o gerente de Relações
com Investidores do BB, Marco
Geovanne da Silva, as receitas obtidas com a cobrança pela prestação de serviços bancários correspondem a 16% de todo o faturamento bruto do BB.
Graças a esses números, o BB
conseguiu, no primeiro semestre,
pagar toda a sua folha de salários
usando apenas o dinheiro obtido
com tarifas. Entre janeiro e junho
deste ano, as despesas de pessoal
do banco somaram R$ 3,526 bilhões, o mesmo valor registrado
em igual período do ano passado.
A estabilidade nos gastos com
pessoal contrasta com o aumento
no quadro de funcionários. Em
junho último, 96,9 mil pessoas
trabalhavam no BB, 4,6% a mais
do que em junho de 2004.
A contenção de despesas resulta
da estratégia do banco de substituir pessoas que se demitem
-em média, cerca de 400 pessoas
se desligam do BB todo mês, por
vontade própria- por outras que
recebam salários menores.
Crédito
Em junho passado, o total de
empréstimos concedidos pelo BB
somava R$ 86,967 bilhões, com
crescimento de 20,7% em relação
ao saldo de junho de 2004. Essa
expansão foi puxada, em parte,
pela maior concessão de financiamentos com desconto em folha
de pagamento. A carteira de crédito consignado do banco encerrou o semestre em R$ 2,6 bilhões,
valor 73% maior do que o registrado em dezembro de 2004.
Os juros cobrados nos empréstimos concedidos aos seus clientes renderam ao BB receita bruta
de R$ 9,252 bilhões no primeiro
semestre, 8,1% a mais do que em
igual período do ano passado. O
dinheiro conseguido com operações de crédito responde por 38%
do faturamento total do banco.
Outra fonte de renda importante foi a aplicação em títulos públicos, cuja remuneração acompanha de perto a taxa Selic, hoje em
19,75% ao ano. Essas operações
renderam R$ 6,015 bilhões ao BB
no primeiro semestre, 4,5% a
mais do que no ano passado.
Do lucro obtido no primeiro semestre, R$ 452 milhões serão repassados ao governo federal,
principal acionista do banco. Os
ganhos que não são distribuídos
aos acionistas são incorporados
ao patrimônio da empresa, que,
em junho, era de R$ 15,4 bilhões.
As regras do CMN dizem que o
total de empréstimos concedidos
pelos bancos devem ser proporcionais ao seu patrimônio -logo,
quanto maior o patrimônio,
maior o espaço que o BB tem para
expandir sua carteira de crédito.
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