São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

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BALANÇO

Resultado de janeiro a junho supera em 39,3% o de igual período de 2004; reajuste de tarifas rendeu R$ 190 mi

Banco do Brasil lucra R$ 1,98 bi no semestre

NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento da concessão de empréstimos e a cobrança de tarifas fizeram com que o lucro do Banco do Brasil atingisse R$ 1,979 bilhão no primeiro semestre, valor 39,3% maior do que o registrado em igual período do ano passado.
Dos bancos que divulgaram seus resultados até agora, o lucro do BB é o terceiro maior, atrás do do Bradesco (R$ 2,621 bilhões) e do do Itaú (R$ 2,475 bilhões).
O presidente do BB, Rossano Maranhão, classificou o resultado de "magnífico" e o creditou à alta na produtividade do banco. "Crescemos com qualidade, focando na eficiência operacional."
Só com a cobrança de tarifas, o BB faturou R$ 3,696 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, R$ 501 milhões a mais do que no primeiro semestre de 2004.
Nas contas do BB, esses R$ 501 milhões adicionais foram obtidos da seguinte maneira: R$ 311 milhões pelo aumento no número de clientes e R$ 190 milhões com reajustes nas tarifas cobradas.
Segundo o gerente de Relações com Investidores do BB, Marco Geovanne da Silva, as receitas obtidas com a cobrança pela prestação de serviços bancários correspondem a 16% de todo o faturamento bruto do BB.
Graças a esses números, o BB conseguiu, no primeiro semestre, pagar toda a sua folha de salários usando apenas o dinheiro obtido com tarifas. Entre janeiro e junho deste ano, as despesas de pessoal do banco somaram R$ 3,526 bilhões, o mesmo valor registrado em igual período do ano passado.
A estabilidade nos gastos com pessoal contrasta com o aumento no quadro de funcionários. Em junho último, 96,9 mil pessoas trabalhavam no BB, 4,6% a mais do que em junho de 2004.
A contenção de despesas resulta da estratégia do banco de substituir pessoas que se demitem -em média, cerca de 400 pessoas se desligam do BB todo mês, por vontade própria- por outras que recebam salários menores.

Crédito
Em junho passado, o total de empréstimos concedidos pelo BB somava R$ 86,967 bilhões, com crescimento de 20,7% em relação ao saldo de junho de 2004. Essa expansão foi puxada, em parte, pela maior concessão de financiamentos com desconto em folha de pagamento. A carteira de crédito consignado do banco encerrou o semestre em R$ 2,6 bilhões, valor 73% maior do que o registrado em dezembro de 2004.
Os juros cobrados nos empréstimos concedidos aos seus clientes renderam ao BB receita bruta de R$ 9,252 bilhões no primeiro semestre, 8,1% a mais do que em igual período do ano passado. O dinheiro conseguido com operações de crédito responde por 38% do faturamento total do banco.
Outra fonte de renda importante foi a aplicação em títulos públicos, cuja remuneração acompanha de perto a taxa Selic, hoje em 19,75% ao ano. Essas operações renderam R$ 6,015 bilhões ao BB no primeiro semestre, 4,5% a mais do que no ano passado.
Do lucro obtido no primeiro semestre, R$ 452 milhões serão repassados ao governo federal, principal acionista do banco. Os ganhos que não são distribuídos aos acionistas são incorporados ao patrimônio da empresa, que, em junho, era de R$ 15,4 bilhões.
As regras do CMN dizem que o total de empréstimos concedidos pelos bancos devem ser proporcionais ao seu patrimônio -logo, quanto maior o patrimônio, maior o espaço que o BB tem para expandir sua carteira de crédito.


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