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"Super-Receita" será
mantida, diz Rachid
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da resistência que a medida provisória da "Super-Receita" enfrenta no Congresso, o secretário-geral do novo órgão, Jorge Rachid, disse ontem que o governo não retirará a MP para
substituí-la por projeto de lei.
A crise política e o lobby de setores do funcionalismo que se
opõem à medida provisória colocam em risco a aprovação da medida provisória. "Estamos oferecendo à sociedade um órgão com
excelência na prestação de serviço. Vamos racionalizar recursos e
simplificar processos. Tenho conversado com líderes no Congresso e não haverá a retirada da MP",
declarou Rachid à Folha.
Ontem, foi publicado no "Diário Oficial" da União o decreto
que altera a estrutura regimental
do Ministério da Fazenda para
acomodar a "Super-Receita". O
novo órgão, que foi criado no mês
passado e passou a funcionar ontem, é resultado da fusão das secretarias da Receita Federal e da
Receita Previdenciária.
Segundo Rachid, a estrutura definida no decreto é transitória.
Existem várias instâncias com duplicidade de função, por exemplo,
que deverão ser eliminadas aos
poucos. A expectativa é que até o
final do ano várias unidades centrais tenham sido "enxugadas".
"Vamos racionalizar essas unidades centrais para melhorar as
áreas descentralizadas, o atendimento na ponta", disse Rachid.
Somente em agosto de 2006 os
sistemas das duas secretarias passarão a funcionar integrados, com
a unificação da legislação e dos
procedimentos fiscais.
Sindicatos de auditores, procuradores e técnicos da Previdência
e da Receita Federal são contrários à medida provisória, pois
avaliam que o governo atropelou
a discussão ao adotar a MP.
Além disso, eles dizem que o governo quer institucionalizar um
procedimento ilegal: o uso de recursos da seguridade no superávit
primário (receita menos despesas, exceto o pagamento de juros).
A paralisação dos técnicos da
Receita entrou ontem na quinta
semana, com adesão de 95% no
Estado de São Paulo, segundo o
SindiReceita.
Como forma de protesto, quem
exerce posto de chefia entregou o
cargo ontem. Além disso, 250 técnicos fizeram manifestação em
frente ao prédio do Ministério da
Fazenda, na Luz (centro da capital
paulista).
(JULIANNA SOFIA)
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