São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

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Déficit fiscal dos EUA deve ficar em US$ 331 bi

DA REDAÇÃO

O déficit fiscal dos Estados Unidos deve ficar em US$ 331 bilhões neste ano fiscal (que termina em setembro), menor que o do ano passado, quando foi de US$ 412 bilhões, segundo previsões do Escritório de Orçamento do Congresso norte-americano.
O aumento da arrecadação, combinado com o crescimento contínuo da economia dos Estados Unidos, estão contribuindo para diminuir o déficit, que bateu recorde no ano passado, de acordo com o escritório, que faz análises de orçamento para os parlamentares.
O relatório traz boas notícias para o presidente George W. Bush, já que, durante o seu governo, o déficit fiscal vem aumentando. No começo de 2004, Bush disse que sua meta era cortar o déficit pela metade em cinco anos, para cerca de US$ 260 bilhões em 2009.
O Escritório de Orçamento prevê déficit de US$ 314 bilhões no ano fiscal que começa em outubro. Já a Casa Branca prevê um rombo de US$ 333 bilhões neste ano e US$ 341 bilhões no próximo ano fiscal.
"O relatório confirma a melhora dramática no déficit de 2005, que o governo anunciou no mês passado", disse Scott Milburn, porta-voz do Escritório de Orçamento. "Uma economia forte ajudada por cortes em impostos está gerando arrecadação acima do previsto."
Para congressistas democratas, no entanto, o déficit deve piorar a longo prazo, especialmente quando a geração dos "baby boomers" (nascidos logo após a 2ª Guerra Mundial) começarem a se aposentar.
"O déficit neste ano será menor que o buraco recorde do ano passado, mas a melhora deve ter vida curta. Declarações de vitória sobre os déficits fiscais apenas distraem das perspectivas perturbadoras do orçamento a longo prazo", disse Kent Conrad, senador democrata por Dakota do Norte.

Financiamento
Investidores estrangeiros compraram US$ 71,2 bilhões em ativos norte-americanos no mês de junho, de acordo com dados do Tesouro americano. A notícia aliviou temores sobre a capacidade dos EUA de financiarem o déficit comercial, já que a entrada de capital foi maior que o déficit, que ficou em US$ 58,5 bilhões em junho.
Os chamados "déficits gêmeos" (em conta corrente e fiscal) dos EUA preocupam investidores, já que a capacidade de financiamento do país pode começar a ser insuficiente, mas o resultado de ontem sugere que a confiança na economia americana continua sendo suficiente para financiar seus déficits.
Os investidores americanos também estão comprando mais ativos em outros países, segundo o relatório do Tesouro. Eles compraram US$ 146 bilhões em ativos estrangeiros nos 12 meses até junho, o maior valor desde 1994.
Para analistas, o movimento ocorre devido à desvalorização do dólar e aos escândalos corporativos nos EUA, que encorajaram investidores a diversificar suas apostas.


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