NEY HAYASHI DA CRUZ
da Reportagem Local

Em uma escala que vai de zero a dez, industriais paulistas deram nota 3,8 para o desempenho do governo Fernando Henrique Cardoso em agosto.
Trata-se do Índice de Avaliação de Gestão Governamental, que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o instituto Vox Populi calculam mensalmente desde julho.
O resultado da avaliação de agosto é pior do que o alcançado no mês anterior, quando a gestão FHC recebeu nota 4,0.
Na percepção dos empresários, a principal deficiência do governo federal diz respeito à atuação diante dos problemas sociais do país -ela recebeu nota 2,8.
A política de desenvolvimento adotada foi apontada como o segundo maior problema do Brasil. Em julho, essa posição era ocupada pela política de juros.
Clarice Seibel, diretora do departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, lembrou que o índice foi calculado antes do anúncio do PPA (Plano Plurianual de Investimentos) e da nomeação de Alcides Tápias para o Ministério do Desenvolvimento. Para Seibel, essas medidas devem melhorar a imagem do governo perante os empresários.
A pesquisa mostra ainda que a insatisfação com a política cambial aumentou. Esse item recebeu nota 4,3 em agosto, enquanto que em julho ela ficou em 4,9.
Segundo Seibel, esse quadro se deve à instabilidade que a cotação do real apresentou frente ao dólar no final de agosto, quando "ninguém sabia se (o dólar) ia ficar em R$ 1,70 ou em R$2,20".
É a segunda avaliação negativa que FHC recebe em três dias. No início da semana, levantamento realizado pelo instituto Vox Populi apontou um índice de desaprovação ao presidente de 65%.

Confiança
A Fiesp divulgou também o Índice de Confiança da Indústria no Brasil em agosto. Ele ficou em 3,8 -em uma escala que vai de zero a dez. O índice se manteve estável em comparação a julho.


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