São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2004

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TRABALHO

Para sindicalistas, movimento teve adesão de 50 mil funcionários; paralisação deve se estender hoje a outros Estados

Greve dos bancários atinge quatro capitais

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A greve dos bancários, iniciada ontem em quatro capitais, atingiu cerca de 250 agências e teve a adesão de 50 mil funcionários, principalmente de bancos públicos, segundo informou a CNB-CUT (Confederação Nacional dos Bancários). A paralisação continua hoje em São Paulo, no Rio, em Florianópolis e em Brasília e deve se estender a outros Estados.
Em Porto Alegre, a greve começa hoje. No Espírito Santo, os funcionários aprovaram greve a partir do dia 21 deste mês.
A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) não divulgou números nacionais, mas informou que em São Paulo cem agências das 6.000 existentes não funcionaram ontem e que no Rio a proporção foi semelhante.
A paralisação foi aprovada em assembléia anteontem à noite, após a categoria recusar a proposta negociada entre sindicalistas e representantes do setor bancário. A proposta previa reajuste de 8,5% a 12,77%, dependendo da faixa salarial, o que garantiria aumento real de 1,74% a 5,75% nos salários, além de PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
"Desde 2000, a categoria vinha recebendo abono com reajuste salarial inferior à inflação. Neste ano, não negociamos abono. Insistimos em negociar aumento real para repor o poder de compra", diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo (CUT). "Retomamos a proposta original para pedir 25% de reajuste e PLR de um salário mais R$ 1.200."
"Chegamos ao limite. Não há mais o que conceder", disse Magnus Apostólico, coordenador de negociações trabalhistas da Fenaban (federação dos bancos).
Os números do sindicato para o movimento em São Paulo divergem dos da Febraban -184 agências e locais de trabalho fechados. A greve se concentrou no centro -principalmente no BB na CEF.
No Rio, a adesão foi de 70%, segundo o sindicato da categoria. Em Brasília, a paralisação também foi mais forte na Caixa e no BB. A adesão teria sido de 70% na Caixa e de 90% no BB. A Caixa informou que houve "paralisações pontuais" nas suas agências. O BB informou que registrou paralisações em Brasília, São Paulo (20%), Rio (50%) e Florianópolis (90%).
O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, que presidiu o sindicato da categoria em São Paulo, informou, por meio de sua assessoria, que "o governo Lula respeita todos os movimentos sociais, como o dos bancários".


Colaborou a Sucursal de Brasília


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