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Itaú e Unibanco podem ficar com AIG e Merrill no país
Parceiros locais podem ficar com operações brasileiras das empresas dos EUA
Funcionários do Merrill Lynch e do Unibanco AIG trabalharam normalmente ontem no Brasil; Lehman Brothers poderá ser vendido
DA REPORTAGEM LOCAL
A reestruturação dos principais bancos de investimento
americanos terá reflexos em
suas operações no Brasil, o
mercado mais relevante da
América Latina, que poderão
ser vendidas ou fundidas com
parceiros locais. A Merrill
Lynch poderá atuar com o Itaú,
e o Unibanco poderá elevar sua
parte na seguradora que tem
com a AIG, segundo fontes.
As operações da Merrill
Lynch brasileira poderão permanecer independentes, respondendo diretamente à matriz americana sob comando do
Bank of America, ou ser integrada com a área de investimentos do Banco Itaú, da qual
o banco americano tem 7,5%.
"O Itaú mantém ótima relação com o Bank of America e
sempre estará aberto a avaliar
qualquer proposta do banco
para eventual aprofundamento
da parceria, considerados os
melhores interesses dos seus
acionistas", diz o Itaú, em nota.
As ações PN do Itaú recuaram 6,63%, mesmo patamar
dos demais bancos no país.
Desde 1954 no Brasil, a Merrill Lynch emprega cerca de
300 profissionais em São Paulo
e no Rio. Ontem, as equipes trabalharam normalmente no
país, inclusive divulgando relatórios da matriz sobre a liquidação do Lehman Brothers.
Com mais de mil clientes no
Brasil, a Merrill Lynch atua nas
áreas de banco de investimento
e está à frente de negócios importantes como a venda da
paulista Nossa Caixa para o
Banco do Brasil. O banco tem
ainda equipes na área de gestão
de fortunas, fundos de investimento e análise de mercado.
Já o Lehman Brothers mantém uma equipe menor em São
Paulo e no Rio, estimada em
menos de 50 pessoas. No ano
passado, comprou a carteira da
área de banco de investimentos
da Rio Bravo, empresa de Gustavo Franco, ex-presidente do
BC. À época, levou o economista Winston Fritsch e outros
profissionais de sua equipe. A
Rio Bravo afirma que não mantém parcerias com o Lehman
no Brasil. No ano passado, antes da piora da crise, o Lehman
chegou a estudar a compra de
bancos de investimentos independentes no Brasil.
"Os bancos americanos de
investimento chegaram atrasados no Brasil, perderam o bonde da abertura de capital e,
quando planejavam expandir
suas operações no Brasil, aprofundou a crise de suas matrizes", disse Luis Miguel Santacreu, da Austing Ratings.
AIG
Já a AIG mantém uma parceria com o Unibanco na área de
seguros e previdência desde
1997. No mercado, comenta-se
que poderia vender sua parte
para o Unibanco. As ações Unit
do banco recuaram 8,05%.
A seguradora figura entre as
três maiores brasileiras, e esteve em alguns dos maiores sinistros de grandes riscos do país
-as obras do metrô de São Paulo, a caldeira da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), a
queda do Fokker da TAM em
1996 e do Airbus de 2007.
"A Unibanco AIG funciona
sob supervisão dos órgãos reguladores do Brasil, e suas reservas técnicas estão aplicadas
em títulos do mercado nacional. Por ser uma empresa independente, ela não sofre interferência dos resultados da AIG",
afirmou o Unibanco, em nota.
(TONI SCIARRETTA)
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