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SAIBA MAIS
Governo Lula reduz ambição de criar tecnologia
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva quer estrear a TV digital no Brasil na Copa do Mundo de 2006. Seria mais uma jogada -em dose dupla- do
nacionalismo que cerca seu governo: torcer pelo hexacampeonato num sistema tecnológico brasileiro.
Em discussão no país há cerca de dez anos, a TV digital virou assunto de governo em
meados de 1998. À época, o dilema era escolher entre os três
padrões de TV digital disponíveis: japonês, norte-americano
e europeu.
As emissoras de TV brasileiras fizeram lobby pelo Japão.
Europa e Estados Unidos não
se cansaram de mandar representantes de suas tecnologias
para Brasília. E Fernando Henrique Cardoso resolveu deixar
a decisão para Lula.
O petista deu um susto nos
lobistas com o anúncio da criação de um sistema nacional de
TV digital. O país, disse o governo no ano passado, enfrentaria os gigantes da tecnologia.
Foram criadas três instâncias
de comissão: comitê de desenvolvimento, com nove ministérios, grupo gestor, do qual faz
parte a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), e
comitê consultivo, com 26 entidades da sociedade civil. O processo está mais lento do que
previa o governo.
Além disso, o Planalto já concluiu que seria inviável -caro
e desnecessário- criar um sistema brasileiro completamente
novo, sem tecnologia estrangeira. A idéia é mesclar os padrões internacionais, inclusive
o mais novo deles, criado pela
China. Algumas partes da digitalização seriam nacionais, e
Lula poderia estampar o selo
"TV digital brasileira".
Mas a torcida pelo hexacampeonato na nova televisão deverá, de acordo com especialistas ouvidos pela Folha, ficar só
no Planalto. O ano de 2006 seria apenas o lançamento experimental, e a comercialização
de fato pode só acontecer a partir de 2010.
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