São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Apesar da crise, Planalto aprova a criação de mais 2.000 vagas

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em tempos de crise financeira e instabilidade nos mercados, a Câmara dos Deputados aprovou ontem mais um aumento da máquina federal: a criação de 2.000 novos cargos na Polícia Federal.
Os deputados também confirmaram reajustes salariais em benefício de 471.477 servidores públicos civis, a um custo de R$ 3,45 bilhões em 2008. Em 2011, o impacto salta para R$ 16,6 bilhões, pois os aumentos são escalonados.
Os reajustes estavam anunciados e em vigor desde agosto, quando o Planalto editou medidas provisórias contemplando carreiras como as áreas diplomática, do tesouro, os auditores fiscais, o Ipea, entre outras.
Os cargos da PF foram a "surpresa" da votação. Eles não estavam previstos no texto original da MP 440 -foram incluídos por meio de uma emenda do deputado Marco Maia (PT-RS), a pedido do governo.
Há cerca de quatro meses, o Ministério da Justiça havia mandado o pedido de criação dos 2.000 novos cargos na PF ao Congresso. Como o texto não foi aprovado, o governo decidiu apressar a instituição das vagas consolidando-as na MP.
A oposição criticou a mudança e citou várias vezes a crise internacional para atacar os gastos, sob o argumento de que a Câmara estava agindo "descolada da realidade".
Mas os cargos e reajustes acabaram aprovados em votação simbólica, depois das 22h, com menos de 50 deputados presentes no plenário. A oposição poderia ter "derrubado" a sessão pedindo verificação de quórum, mas não o fez.
No caso da Polícia Federal, o texto prevê 500 novos delegados, 300 peritos, 750 agentes, 400 escrivãs e 50 papiloscopistas. Os salários variam de R$ 7.500 a R$ 19 mil. Os cargos serão ocupados por meio de concurso público. Cerca de 400 das vagas serão ocupadas de imediato, pois havia concursados sem vaga na PF. Para as demais, será necessário concurso.
A segunda MP aprovada ontem com aumento de salário foi a 441 -esta também previa, desde sua edição, a criação de 11.640 cargos. As MPs entram em vigor assim que editadas pelo governo. Precisam ser votadas pelo Congresso dentro de um prazo. Aprovadas na Câmara, agora irão para o Senado.


Texto Anterior: Para instituições estrangeiras, expansão do Brasil poderá ficar em apenas 2,5%
Próximo Texto: Lula ameaça retomar compulsório de bancos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.