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Apesar da crise, Planalto aprova a criação de mais 2.000 vagas
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em tempos de crise financeira e instabilidade nos mercados, a Câmara dos Deputados
aprovou ontem mais um aumento da máquina federal: a
criação de 2.000 novos cargos
na Polícia Federal.
Os deputados também confirmaram reajustes salariais
em benefício de 471.477 servidores públicos civis, a um custo
de R$ 3,45 bilhões em 2008.
Em 2011, o impacto salta para
R$ 16,6 bilhões, pois os aumentos são escalonados.
Os reajustes estavam anunciados e em vigor desde agosto,
quando o Planalto editou medidas provisórias contemplando
carreiras como as áreas diplomática, do tesouro, os auditores fiscais, o Ipea, entre outras.
Os cargos da PF foram a "surpresa" da votação. Eles não estavam previstos no texto original da MP 440 -foram incluídos por meio de uma emenda
do deputado Marco Maia (PT-RS), a pedido do governo.
Há cerca de quatro meses, o
Ministério da Justiça havia
mandado o pedido de criação
dos 2.000 novos cargos na PF
ao Congresso. Como o texto
não foi aprovado, o governo decidiu apressar a instituição das
vagas consolidando-as na MP.
A oposição criticou a mudança e citou várias vezes a crise internacional para atacar os gastos, sob o argumento de que a
Câmara estava agindo "descolada da realidade".
Mas os cargos e reajustes
acabaram aprovados em votação simbólica, depois das 22h,
com menos de 50 deputados
presentes no plenário. A oposição poderia ter "derrubado" a
sessão pedindo verificação de
quórum, mas não o fez.
No caso da Polícia Federal, o
texto prevê 500 novos delegados, 300 peritos, 750 agentes,
400 escrivãs e 50 papiloscopistas. Os salários variam de R$
7.500 a R$ 19 mil. Os cargos serão ocupados por meio de concurso público. Cerca de 400 das
vagas serão ocupadas de imediato, pois havia concursados
sem vaga na PF. Para as demais,
será necessário concurso.
A segunda MP aprovada ontem com aumento de salário foi
a 441 -esta também previa,
desde sua edição, a criação de
11.640 cargos. As MPs entram
em vigor assim que editadas pelo governo. Precisam ser votadas pelo Congresso dentro de
um prazo. Aprovadas na Câmara, agora irão para o Senado.
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