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Fusão pode criar maior aérea do mundo
US Airways oferece US$ 8 bi para adquirir a também americana Delta, segunda do setor e atualmente em concordata
Nova companhia atenderia a mais 350 destinos em cinco continentes; direção da Delta, porém, sinaliza não ter interesse no negócio
DA REDAÇÃO
A americana US Airways
anunciou ontem uma oferta de
US$ 8 bilhões para comprar a
concordatária Delta Airlines,
em transação que, se concretizada, pode dar origem à maior
empresa aérea do mundo em
passageiros transportados.
A nova companhia manteria
o nome Delta e atenderia a
mais de 350 destinos em cinco
continentes. O atual CEO (executivo-chefe) da US Airways,
Douglas Parker, continuaria no
comando da empresa.
A oferta, endereçada não
apenas à direção da Delta como
também a seus credores, prevê
a aquisição da segunda maior
aérea do mundo quando ela sair
da concordata, possivelmente
em meados de 2007.
A fusão seria mais um passo
da indústria de aviação comercial, em crise desde os ataques
do 11 de Setembro, há cinco
anos, rumo à consolidação. No
período, as empresas do setor
têm enfrentado obstáculos como queda no tráfego aéreo, alta
do combustível, disputas trabalhistas e concorrência com as
aéreas de baixo custo.
O passado recente da própria
US Airways é emblemático. Vítima da crise, esteve sob proteção da concordata duas vezes
no período e, no ano passado,
uniu-se à America West. Já a
Delta pediu concordata em setembro do ano passado.
Atrás só da American Airlines em passageiros transportados em 2005, se somados vôos
internacionais e domésticos,
segundo a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), a Delta assumiria a liderança com a US Airways.
A oferta hostil ocorreu a despeito de sucessivas declarações
de executivos da Delta de que
não há interesse em fusões ou
alianças. "Recebemos uma carta da US Airways nesta manhã e
iremos, obviamente, analisá-la", afirmou ontem o CEO da
Delta, Gerald Grinstein. "[Mas]
o plano da Delta tem sido sempre o de sair da concordata no
primeiro semestre de 2007 como uma empresa forte e independente", completou.
A US Airways estima que a
fusão geraria economia de ao
menos US$ 1,65 bilhão ao ano
em custos operacionais.
A decisão de incluir os credores é uma estratégia de Parker
para arrefecer a resistência do
alto escalão da Delta, que já rejeitara duas tentativas anteriores de negociar uma fusão.
O pagamento proposto inclui
US$ 4 bilhões em dinheiro e
78,5 milhões de ações da US
Airways, o equivalente em valor a US$ 4 bilhões. Segundo
analistas, o preço representaria
uma espécie de "prêmio" aos
credores da Delta em relação
aos débitos que têm sido negociados no processo de recuperação. Eles ficariam com cerca
de 45% da nova aérea.
As ações das duas companhias subiram ontem.
Com agências internacionais e o "New York
Times"
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