São Paulo, sexta-feira, 16 de novembro de 2007

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Divergência com governo é comum no Ipea

DA SUCURSAL DO RIO

Ainda sob a sigla Epea (com "e" de escritório), o Ipea foi criado em 1964 pelo primeiro ministro do Planejamento do regime militar, Roberto Campos. O perfil que transmitiu a João Paulo dos Reis Velloso, convidado para presidir a nova instituição, era o de um centro para propor políticas de desenvolvimento a longo prazo e sem atrelamentos políticos.
A área de indústria, por exemplo, era coordenada por Arthur Candal, economista com formação de esquerda que tinha como assessores Régis Bonelli, afastado agora, e Pedro Malan, que se tornaria ministro da Fazenda do governo Fernando Henrique. Economistas ligados ao MDB (partido de oposição ao governo militar), como Malan e Edmar Bacha, atuavam no Ipea.
Na ditadura, o instituto desenvolveu o Paeg (Programa de Ação Econômica do Governo) e o Plano Decenal (1967-76). Criou, em 1965, a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para estimular pesquisas em ciência e tecnologia. E coordenou estudos de aproveitamento das áreas de cerrado.
Fora da alçada do Planejamento apenas no governo Collor -quando passou para o todo-poderoso Ministério da Economia- e agora (Núcleo de Assuntos Estratégicos), o Ipea se mantém como braço do governo para traçar políticas públicas e realizar pesquisas como as sobre desemprego e conjuntura econômica. É comum ministros discordarem dos números de inflação e do PIB previstos pelo instituto, o que sinaliza sua independência.


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