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Divergência com governo é comum no Ipea
DA SUCURSAL DO RIO
Ainda sob a sigla Epea
(com "e" de escritório), o
Ipea foi criado em 1964 pelo
primeiro ministro do Planejamento do regime militar,
Roberto Campos. O perfil
que transmitiu a João Paulo
dos Reis Velloso, convidado
para presidir a nova instituição, era o de um centro para
propor políticas de desenvolvimento a longo prazo e sem
atrelamentos políticos.
A área de indústria, por
exemplo, era coordenada por
Arthur Candal, economista
com formação de esquerda
que tinha como assessores
Régis Bonelli, afastado agora,
e Pedro Malan, que se tornaria ministro da Fazenda do
governo Fernando Henrique. Economistas ligados ao
MDB (partido de oposição ao
governo militar), como Malan e Edmar Bacha, atuavam
no Ipea.
Na ditadura, o instituto desenvolveu o Paeg (Programa
de Ação Econômica do Governo) e o Plano Decenal
(1967-76). Criou, em 1965, a
Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para estimular pesquisas em ciência e
tecnologia. E coordenou estudos de aproveitamento das
áreas de cerrado.
Fora da alçada do Planejamento apenas no governo
Collor -quando passou para
o todo-poderoso Ministério
da Economia- e agora (Núcleo de Assuntos Estratégicos), o Ipea se mantém como
braço do governo para traçar
políticas públicas e realizar
pesquisas como as sobre desemprego e conjuntura econômica. É comum ministros
discordarem dos números de
inflação e do PIB previstos
pelo instituto, o que sinaliza
sua independência.
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