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G20 decide retomar liberalização comercial
DOS ENVIADOS A WASHINGTON
Os líderes do G20 concordaram ontem em suspender, por
um prazo mínimo de 12 meses,
a adoção de qualquer nova barreira comercial em seus mercados como forma de estimular as
transações entre os países.
No documento conjunto divulgado após a cúpula realizada
em Washington, os chefes de
Estado também se comprometeram a acelerar as negociações
da Rodada Doha para a liberalização do comércio global.
O objetivo é avançar na chamada definição de modalidades, onde os países terão de
concordar, em conjunto, em
que medida e áreas poderão
abrir seus mercados a economias aos concorrentes.
A Rodada Doha empacou por
causa da resistência européia e
norte-americana em reduzir os
subsídios e seu protecionismo
na área agrícola em contrapartida a uma abertura maior das
economias emergentes.
Ontem, após reunião de cerca de duas horas com a negociadora americana na Rodada Doha, Susan Schwab, o ministro
das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, disse que
a negociação ganhou relevância
renovada. "O ponto principal é
ver as negociações por um outro prisma. Se em julho um
acordo era bom, agora, com a
crise, é essencial."
O G20 acertou um prazo até
o final deste ano para tentar um
acordo sobre os pontos mais
complexos negociados em Doha. Amorim afirmou que a
pressão atual pela liberalização
do comércio é enorme. "A responsabilidade de quem é ambicioso demais ou inflexível demais é muito grande", disse. Segundo Amorim, a crise econômica "moveu as placas tectônicas da ordem internacional".
Para ele, o G20 se consolidou
como instância decisória. "O
G20 já tomou o lugar do G8 no
FMI e no Banco Mundial."
Em seu discurso de encerramento da cúpula, o presidente
dos EUA, George W. Bush, também afirmou que os países mais
ricos devem permitir uma
maior "representação e poder
de voto" aos emergentes nas
instituições multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial.
Os líderes do G20 também
concordaram em revisar e ampliar as áreas de atuação dessas
duas instituições. O Japão, por
exemplo, afirmou estar disposto a disponibilizar mais US$
100 bilhões para reforçar o caixa do Fundo Monetário.
Ontem pela manhã, como
parte de uma série pacotes de
ajuda a países afetados pela
atual crise, o FMI aprovou uma
linha de crédito de US$ 7,6 bilhões para o Paquistão.
Além da reunião de ontem,
realizada no Museu Nacional
de Washington por mais de cinco horas, os líderes do G20 participaram na noite de sexta de
um jantar promovido por Bush
na Casa Branca.
O Brasil ocupa a presidência
do G20 neste ano. No jantar, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, foi posicionado ao lado de
Bush. No encontro de ontem,
Lula e o ministro da Fazenda
brasileiro, Guido Mantega,
também foram colocados ao lado do presidente americano e
de seu secretário do Tesouro,
Henry Paulson.
(FCZ e AM)
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