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MERCADO ACIONÁRIO
Argentina e Brasil puxam valorização média de 80% em dólar nos 5 principais mercados da região
Bolsas da América Latina renderam mais neste ano
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Puxadas por Brasil e Argentina,
as Bolsas da América Latina são as
que apresentam a maior valorização ao longo de 2003. As cinco
principais Bolsas da região acumulavam até o início de dezembro rendimento médio de 80%
em dólares, segundo levantamento das consultorias Thomson Financial e GlobalInvest. Até o último dia 9, a Bovespa se valorizou
em dólares 127,56% e a Bolsa de
Buenos Aires, 124,85%.
Para a Thomson, foram duas as
determinantes para esse movimento: a enorme liquidez (abundância de dinheiro) no mercado
internacional, em decorrência
dos baixos níveis de juros nos
EUA e na Europa. E, depois, o fato
de que os investidores, em um
ambiente de menor incertezas
política e econômica, decidiram
se aproveitar dos baixos preços
dos papéis nos países latinos.
No ranking elaborado pela GlobalInvest, entre as dez Bolsas que
mais se valorizam no ano (todas,
aliás, de países emergentes), cinco
são da América Latina. A liderança é da Venezuela, com 140,4%
(leia quadro nesta página), mas
esse dado deve ser ponderado. A
Bolsa da Venezuela não faz parte
do grupo das cinco principais do
continente em que estão Brasil,
México, Argentina, Chile e Peru.
O quarto posto no ranking global
é ocupado pela Tailândia (valorização de 103,22%) e o quinto pela
Turquia (87,57%). O primeiro representante dos países desenvolvidos, a Bolsa de Frankfurt (Alemanha), não passa do 12º posto,
com valorização de 52%.
De sua parte, Guillermo Mazzoni, chefe do departamento de análise da Thomson, avalia que, a
despeito da expansão deste ano,
os mercados da América Latina
são a segunda região com maior
potencial de valorização no mundo, atrás somente dos mercados
emergentes da Europa.
Para fundamentar seus argumentos, recorre a estudo feito
com base na chamada relação
preço/lucro projetado. Esse cálculo é feito da seguinte forma: divide-se a cotação do papel pelo lucro por ação projetado para o ano.
O coeficiente da relação preço/
lucro (P/L) para os emergentes
europeus em 2004 é estimado em
9,39, enquanto o dos países da
América Latina está em 9,96. Em
tese, quanto menor essa relação,
maior o potencial de valorização.
Na América do Norte, por exemplo, a estimativa desse mesmo índice para 2004 está em 17,73. Nos
países desenvolvidos da Europa,
em 15,89 e nos da Ásia, em 15,33.
Se isolados os latino-americanos, a Bovespa desponta como
mercado de potencial para os dois
próximos anos. Seu coeficiente da
relação preço/lucro projetado para 2004 ficou em 7,05. O da Bolsa
do México (que rivaliza em importância com a Bovespa) está
previsto em 11,65 para 2004.
"O investidor global destina
80% de sua carteira aos países desenvolvidos. Dos 20% que sobram, 5% são da América Latina.
Ou seja, o Brasil tem que disputar
com México e as demais Bolsas da
região", afirma Mazzoni.
"A vantagem do Brasil nesse caso é que, além de a Bovespa continuar a ter um potencial de valorização maior, o país vive um ambiente econômico muito mais
tranquilo que no ano passado e
voltou a apresentar potencial de
crescimento da economia", completa em referência a fatores que,
ao lado do grau de abertura e volume de comércio, são analisados
pelos investidores.
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