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"Parado" no fundo, dinheiro vale menos
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Do ponto de vista financeiro, o FGTS é a pior de todas
as aplicações "conservadoras" que um trabalhador pode ter. Isso ocorre porque
atualmente os juros estão em
queda no país. Com a queda
da Selic, o governo teve de reduzir a TR (Taxa Referencial), que corrige as contas do
FGTS e as poupanças.
Para ter uma ideia, neste
ano a rentabilidade do fundo
(incluindo a TR e os juros de
3% ao ano) será de 3,90%
-pouco mais do que a metade dos 6,92% que renderá a
caderneta de poupança, a
mais popular aplicação financeira do país.
Deixando o dinheiro "parado" no fundo, o trabalhador vê seu patrimônio perder
poder de compra a cada mês.
É que os saldos das contas do
FGTS estão sendo corrigidos
por índices abaixo da inflação. O valor da conta do trabalhador não fica menor,
mas o poder de compra do
dinheiro depositado no seu
FGTS fica menor a cada mês.
Considerando os números
citados, R$ 100 no fundo ao
final de 2008 passaram para
R$ 103,90 neste mês (sem
considerar os depósitos feitos pelo empregador a cada
mês). Já na poupança, os
mesmos R$ 100 passaram
para R$ 106,92. Como a inflação está prevista em 4,2%
neste ano, os R$ 103,90 mostram que o poder de compra
do trabalhador hoje é menor
do que há um ano.
Por esse motivo, se o trabalhador tiver possibilidade
de usar o fundo -mesmo que
seja para a compra de imóvel
via consórcio, conforme o
governo autorizou ontem-,
ele só tem a ganhar com isso.
No longo prazo, um imóvel
tende a se valorizar mais do
que qualquer aplicação.
O mesmo raciocínio vale
para quem quiser aplicar o
dinheiro no fundo de investimento de obras do PAC nos
setores de energia, rodovias,
ferrovias, portos e saneamento. Aqui, o ganho deverá
ser até maior, uma vez que a
rentabilidade das cotas do
fundo de investimento também tende a ser expressiva.
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