São Paulo, quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

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"Parado" no fundo, dinheiro vale menos

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Do ponto de vista financeiro, o FGTS é a pior de todas as aplicações "conservadoras" que um trabalhador pode ter. Isso ocorre porque atualmente os juros estão em queda no país. Com a queda da Selic, o governo teve de reduzir a TR (Taxa Referencial), que corrige as contas do FGTS e as poupanças.
Para ter uma ideia, neste ano a rentabilidade do fundo (incluindo a TR e os juros de 3% ao ano) será de 3,90% -pouco mais do que a metade dos 6,92% que renderá a caderneta de poupança, a mais popular aplicação financeira do país.
Deixando o dinheiro "parado" no fundo, o trabalhador vê seu patrimônio perder poder de compra a cada mês. É que os saldos das contas do FGTS estão sendo corrigidos por índices abaixo da inflação. O valor da conta do trabalhador não fica menor, mas o poder de compra do dinheiro depositado no seu FGTS fica menor a cada mês.
Considerando os números citados, R$ 100 no fundo ao final de 2008 passaram para R$ 103,90 neste mês (sem considerar os depósitos feitos pelo empregador a cada mês). Já na poupança, os mesmos R$ 100 passaram para R$ 106,92. Como a inflação está prevista em 4,2% neste ano, os R$ 103,90 mostram que o poder de compra do trabalhador hoje é menor do que há um ano.
Por esse motivo, se o trabalhador tiver possibilidade de usar o fundo -mesmo que seja para a compra de imóvel via consórcio, conforme o governo autorizou ontem-, ele só tem a ganhar com isso. No longo prazo, um imóvel tende a se valorizar mais do que qualquer aplicação.
O mesmo raciocínio vale para quem quiser aplicar o dinheiro no fundo de investimento de obras do PAC nos setores de energia, rodovias, ferrovias, portos e saneamento. Aqui, o ganho deverá ser até maior, uma vez que a rentabilidade das cotas do fundo de investimento também tende a ser expressiva.


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