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Ministro japonês aparece alterado em entrevista, e oposição pede sua saída
DA REDAÇÃO
Nem a maior retração da
economia em 34 anos causou tanto estrago para o ministro das Finanças japonês,
Shoichi Nakagawa, como a
entrevista que deu no sábado
em Roma em que pareceu visivelmente alterado, o que
fez com a oposição pedisse a
sua saída do cargo.
Em entrevista a jornalistas durante encontro do G7
(grupo que reúne as sete nações mais industrializadas),
o ministro da segunda maior
economia mundial tinha nítida dificuldade para se manter acordado, sua voz estava
alterada, parecia não conseguir concatenar as ideias e
chegou a responder uma
pergunta endereçada ao presidente do BC japonês, o que
fez com que surgissem logo
os rumores de que estivesse
bêbado -Nakagawa já tem a
fama de beber muito.
Nakagawa, um importando aliado do primeiro-ministro Taro Aso, no entanto, nega. Afirma que a fala arrastada e os outros sintomas vistos em Roma são resultado
de um exagero na dose de remédio contra a gripe. "Eu tomei um pouco mais de remédio do que havia sido prescrito", disse ontem, acrescentando que tinha bebido "um
gole" de vinho horas antes da
entrevista na capital italiana.
Mas as explicações dadas
não convenceram os partidos de oposição ao governo,
que, caso o ministro não renuncie, deverão entrar ainda
hoje com uma moção de censura contra ele pelo "comportamento infeliz".
Apesar da pressão, o governo japonês, que enfrenta
sérios problemas de popularidade, não parece disposto a
retirá-lo do comando da economia. "Ele tem feito um
trabalho incrivelmente bom,
e eu sou grato por isso", afirmou ontem o primeiro-ministro Aso.
"Eu disse a ele para que se cuide bem."
Os problemas de Nakagawa são mais um para a combalida imagem do governo
de Aso. O índice de aprovação do premiê caiu para
9,7%, segundo uma pesquisa
da TV Nippon, o pior resultado desde 2001, na administração Yoshiro Mori.
A economia japonesa está
em recessão desde novembro de 2007 e, no último trimestre de 2008, encolheu
12,7%, a maior queda desde
1974, na época do choque do
petróleo, o que levou as empresas locais a demitir milhares de funcionários.
Folha Online
Veja o vídeo da
entrevista com o
ministro das Finanças
do Japão
www.folha.com.br/090472
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