São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

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Ministro japonês aparece alterado em entrevista, e oposição pede sua saída

DA REDAÇÃO

Nem a maior retração da economia em 34 anos causou tanto estrago para o ministro das Finanças japonês, Shoichi Nakagawa, como a entrevista que deu no sábado em Roma em que pareceu visivelmente alterado, o que fez com a oposição pedisse a sua saída do cargo.
Em entrevista a jornalistas durante encontro do G7 (grupo que reúne as sete nações mais industrializadas), o ministro da segunda maior economia mundial tinha nítida dificuldade para se manter acordado, sua voz estava alterada, parecia não conseguir concatenar as ideias e chegou a responder uma pergunta endereçada ao presidente do BC japonês, o que fez com que surgissem logo os rumores de que estivesse bêbado -Nakagawa já tem a fama de beber muito.
Nakagawa, um importando aliado do primeiro-ministro Taro Aso, no entanto, nega. Afirma que a fala arrastada e os outros sintomas vistos em Roma são resultado de um exagero na dose de remédio contra a gripe. "Eu tomei um pouco mais de remédio do que havia sido prescrito", disse ontem, acrescentando que tinha bebido "um gole" de vinho horas antes da entrevista na capital italiana.
Mas as explicações dadas não convenceram os partidos de oposição ao governo, que, caso o ministro não renuncie, deverão entrar ainda hoje com uma moção de censura contra ele pelo "comportamento infeliz". Apesar da pressão, o governo japonês, que enfrenta sérios problemas de popularidade, não parece disposto a retirá-lo do comando da economia. "Ele tem feito um trabalho incrivelmente bom, e eu sou grato por isso", afirmou ontem o primeiro-ministro Aso.
"Eu disse a ele para que se cuide bem." Os problemas de Nakagawa são mais um para a combalida imagem do governo de Aso. O índice de aprovação do premiê caiu para 9,7%, segundo uma pesquisa da TV Nippon, o pior resultado desde 2001, na administração Yoshiro Mori. A economia japonesa está em recessão desde novembro de 2007 e, no último trimestre de 2008, encolheu 12,7%, a maior queda desde 1974, na época do choque do petróleo, o que levou as empresas locais a demitir milhares de funcionários.

Folha Online
Veja o vídeo da entrevista com o ministro das Finanças do Japão

www.folha.com.br/090472


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