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TELES
Governo diz que empresa que não quiser negociar terá direito a aumento com base no contrato; alta deve ficar em 30%
Telefone pode ter reajuste pelo IGP integral
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os usuários de telefonia fixa poderão ter de pagar o reajuste integral previsto nos contratos das
operadoras com o governo. Pelos
contratos, que são corrigidos pelo
IGP-DI, o aumento ficaria em
aproximadamente 30%. O reajuste é em junho.
Ontem, o secretário de Telecomunicações do ministério, Pedro
Jaime, disse que as empresas que
não quiserem negociar terão direito ao aumento integral. "Não
vamos rasgar contratos. Quem
não quiser negociar terá o IGP-DI", disse.
Em fevereiro, o ministro Miro
Teixeira (Comunicações) disse
que não considerava normal autorizar reajustes tão altos e que
iria negociar com as empresas.
Ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, Miro disse que,
se as negociações não chegarem a
bom termo, será cumprido o que
está no contrato.
Enquanto a Telemar já informou que não aceita negociar o
IGP-DI previsto nos contratos,
outras empresas aceitam conversar. A Brasil Telecom, por exemplo, informou que aceita negociar, mas queria compensações
para que o reajuste seja menor.
Extra para alguns itens
Não há detalhes de como as negociações com as empresas estão
sendo feitas. Miro tem falado em
"bom senso" das operadoras. Ontem, o secretário disse que as empresas têm de ter "compromisso
social" e que a aplicação do IGP-DI contratual teria impacto na inflação, "o que não é bom para ninguém, nem para as empresas".
Os contratos prevêem a aplicação de um redutor de produtividade sobre o IGP-DI acumulado
de junho de 2002 a maio deste
ano. Esse redutor já está definido
em contrato e é de um ponto percentual.
Devido à metodologia usada
para o reajuste, as empresas podem aumentar até 9% além do
IGP-DI acumulado em itens específicos da chamada "cesta de tarifas" -composta de assinatura,
pulso e habilitação, entre outros
itens. Geralmente, as empresas
aplicam reajustes mais elevados
na assinatura, item que o usuário
é obrigado a pagar mesmo que
não use o telefone.
No ano passado, para um reajuste médio de 8,07% na "cesta de
tarifas", os aumentos para a assinatura residencial foram de aproximadamente 14%.
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