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Procurador tenta barrar leilão de novo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal anunciou ontem que
irá recorrer da decisão do
presidente do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª
Região), Jirair Aram Meguerian, que cassou a liminar
impedindo o leilão de concessão da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA).
O procurador Renato Brill
de Góes, da Procuradoria Regional da República da 1ª Região, deveria entrar até a noite de ontem com um recurso
pedindo que o caso seja analisado pela Corte Especial do
TRF-1, mas não havia feito
até o fechamento desta edição. "Foge à rotina do TRF-1
decidir sobre um assunto tão
complexo como este em cerca de três horas", afirmou.
Ele também reclamou que
soube da decisão de Meguerian pela imprensa antes
mesmo de ser avisado formalmente.
O prazo para inscrição dos
consórcios e depósito das garantias financeiras no valor
de R$ 190 milhões (1% do investimento total do projeto,
orçado em R$ 19 bilhões)
junto à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica)
terminou ontem.
Dois consórcios se inscreveram para a disputa. Um liderado pela Andrade Gutierrez e pela estatal Furnas, e o
outro comandado pela Chesf
(subsidiária da Eletrobras) e
Queiroz Galvão.
A agência chegou a cancelar o leilão após notificação
judicial, justificando que
obedecia à ordem da Justiça,
mas retomou o prazo inicial
após a cassação da liminar.
A liminar havia sido concedida pelo juiz federal Antonio Carlos Almeida Campelo, da Subseção de Altamira (PA), na noite da última
quarta-feira.
Outros pedidos de liminares para suspender o leilão
foram feitos na Justiça do
Pará e podem ser analisados
a qualquer momento. Nenhum deles havia sido julgado até o fechamento desta
edição, mas o governo trabalhava com a possibilidade de
que uma nova liminar possa
ser concedida até terça-feira.
(FELIPE SELIGMAN e LEILA COIMBRA)
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