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TCU abre auditoria sobre venda de refinarias
Tribunal investigará acordo que resultou na compra pela Bolívia de instalações da Petrobras por US$ 112 mi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REDAÇÃO
O TCU (Tribunal de Contas
da União) aprovou ontem abertura de auditoria para investigar o acordo para a venda de
duas refinarias da Petrobras na
Bolívia, negociadas por US$ 112
milhões, na semana passada.
"Como se trata de patrimônio da União, o TCU pode e deve fiscalizar a operação e apurar eventual prejuízo à estatal",
disse o ministro Augusto Nardes, relator dos processos sobre
a Petrobras. Porém, ele descartou a possibilidade de o tribunal determinar a suspensão do
negócio antes da conclusão das
investigações, que ainda não
têm prazo para terminar.
A proposta de auditoria aprovada ontem teve origem em ofício encaminhado pelo deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), na semana passada. O ofício mencionava que as duas refinarias foram compradas há
oito anos por US$ 104 milhões.
Depois dessa operação, a estatal teria investido mais cerca
de US$ 30 milhões. Ainda de
acordo com o deputado, o preço
considerado justo pelas refinarias seria US$ 70 milhões acima
do valor da transação.
Na negociação com o governo de Evo Morales, a Petrobras
obteve menos do que os US$
136 milhões que diz ter gasto na
compra e em investimentos
nas refinarias. O valor é superior, no entanto, aos US$ 65 milhões propostos por La Paz.
O contrato entre a Petrobras
e o governo boliviano só ficará
pronto nas próximas semanas.
No sábado, o ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas, disse que pretende
pagar as refinarias com dinheiro obtido da tributação adicional cobrada de megacampos de
gás explorados pela Petrobras e
contestada pela estatal.
Já na terça-feira, Villegas
afirmou que uma parte do valor
a ser pago para a Petrobras será
obtido com a venda do petróleo
cru reconstituído que é produzido nas duas refinarias. Segundo o ministro boliviano, a venda desse produto gerava lucros
"extraordinários" para a companhia brasileira.
Ele disse que a estatal comprava petróleo com preços subvencionados a US$ 27 o barril e
vendia no mercado internacional a US$ 55. Também afirmou
que a YPFB, a estatal do setor,
já tem compradores para o petróleo reconstituído e cobrará
os valores de forma antecipada.
As vendas desse combustível
geram uma receita anual de
cerca de US$ 60 milhões.
Em entrevista a uma rádio
local, Villegas falou que o pagamento em gás natural pelas
duas refinarias, como chegou a
ser cogitado, não é vantajoso
para a Bolívia. Segundo ele, o
governo teria que pagar royalties e outros tributos para as regiões onde é explorado o gás.
Equador
A Petrobras aguarda a autorização do governo equatoriano
para extrair, até 2024, cerca de
230 milhões de barril de petróleo, segundo o gerente da empresa Fernando Benítez. Ele
disse a companhia usará um
método inovador que reduzirá
o impacto ambiental na floresta amazônica.
Segundo Benítez, a exploração do campo poderá gerar, em
dez ano, US$ 1 bilhão para o
Equador.
(MARTA SALOMON)
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