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Indústria de alimentos cresce mais
DA REPORTAGEM LOCAL
"Estamos bem. Somos um setor
que, quando todos crescem, crescemos menos do que a média.
Mas, quando os outros despencam, caímos bem menos", diz Denis Ribeiro, economista da Abia,
entidade que representa as indústrias de alimentos.
A associação comemora discretamente os resultados obtidos até
agora, mas não espera um crescimento elevado ou explosão nas
vendas nos próximos meses.
Pelas contas da entidade, o setor
deve ter um bom resultado nas
vendas em maio (o número não
está fechado), semelhante ao apurado até março -expansão de
2%. Dados da Fiesp, entidade que
representa as indústrias paulistas,
mostram que em abril a área de
alimentos teve uma expansão no
nível de atividades de 6,8% apenas no Estado de São Paulo.
No geral, a expansão da indústria foi de apenas 0,5% no mesmo
período. Resumindo: não dá para
o setor de alimentos e bebidas reclamar muito.
Neste ano, houve queda na venda de bens duráveis (automóveis
e eletroeletrônicos) e semiduráveis (calçados e roupas), em relação aos primeiros meses do ano
passado. A venda de carros no varejo, por exemplo, caiu 13,1% de
janeiro a maio em relação a 2001.
A demanda por TVs tem se recuperado lentamente.
Isso é consequência da queda na
renda do brasileiro e da elevação
do desemprego. Sem previsão de
melhora no cenário econômico,
as pessoas temem elevar gastos e
acabam concentrando as despesas em necessidades básicas, como a alimentação, afirmam os
analistas.
Mudanças
No setor de bebidas, por exemplo, os gastos estão menos concentrados em refrigerantes em geral e mais concentrados em outros líquidos, segundo informam
as lojas. O Pão de Açúcar, o maior
supermercado do país, informa
que apurou neste ano uma elevação de 20% nas vendas de sucos
prontos, chás e águas na comparação mês a mês durante 2002, em
relação a 2001.
No caso dos refrigerantes, não
foi verificada semelhante expansão. A análise foi feita apenas nas
mesmas lojas que existiam na rede no ano passado.
A Ambev, a maior empresa de
bebidas do país, registrou queda
de 6,7% em suas vendas até março, segundo informa o balanço financeiro do grupo. No caso das
marcas Sukita, Pepsi e Guaraná
Antarctica, a retração foi de 4,1%
Ao mesmo tempo, a empresa
faturou mais, mesmo com vendas
físicas retraídas. A expansão na
receita líquida foi de 10,5%.
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