São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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Indústria de alimentos cresce mais

DA REPORTAGEM LOCAL

"Estamos bem. Somos um setor que, quando todos crescem, crescemos menos do que a média. Mas, quando os outros despencam, caímos bem menos", diz Denis Ribeiro, economista da Abia, entidade que representa as indústrias de alimentos.
A associação comemora discretamente os resultados obtidos até agora, mas não espera um crescimento elevado ou explosão nas vendas nos próximos meses.
Pelas contas da entidade, o setor deve ter um bom resultado nas vendas em maio (o número não está fechado), semelhante ao apurado até março -expansão de 2%. Dados da Fiesp, entidade que representa as indústrias paulistas, mostram que em abril a área de alimentos teve uma expansão no nível de atividades de 6,8% apenas no Estado de São Paulo.
No geral, a expansão da indústria foi de apenas 0,5% no mesmo período. Resumindo: não dá para o setor de alimentos e bebidas reclamar muito.
Neste ano, houve queda na venda de bens duráveis (automóveis e eletroeletrônicos) e semiduráveis (calçados e roupas), em relação aos primeiros meses do ano passado. A venda de carros no varejo, por exemplo, caiu 13,1% de janeiro a maio em relação a 2001. A demanda por TVs tem se recuperado lentamente.
Isso é consequência da queda na renda do brasileiro e da elevação do desemprego. Sem previsão de melhora no cenário econômico, as pessoas temem elevar gastos e acabam concentrando as despesas em necessidades básicas, como a alimentação, afirmam os analistas.

Mudanças
No setor de bebidas, por exemplo, os gastos estão menos concentrados em refrigerantes em geral e mais concentrados em outros líquidos, segundo informam as lojas. O Pão de Açúcar, o maior supermercado do país, informa que apurou neste ano uma elevação de 20% nas vendas de sucos prontos, chás e águas na comparação mês a mês durante 2002, em relação a 2001.
No caso dos refrigerantes, não foi verificada semelhante expansão. A análise foi feita apenas nas mesmas lojas que existiam na rede no ano passado.
A Ambev, a maior empresa de bebidas do país, registrou queda de 6,7% em suas vendas até março, segundo informa o balanço financeiro do grupo. No caso das marcas Sukita, Pepsi e Guaraná Antarctica, a retração foi de 4,1%
Ao mesmo tempo, a empresa faturou mais, mesmo com vendas físicas retraídas. A expansão na receita líquida foi de 10,5%.



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