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DEPOIS DO CALMANTE
Investidores procuraram alternativas mais conservadoras; rendimentos, no entanto, são menores
Crise faz mercado criar novos fundos e CDBs
ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o nervosismo que tomou
conta do mercado financeiro, os
investidores estão procurando alternativas mais conservadoras e
as instituições financeiras, criando novos produtos ou aperfeiçoando os já existentes para atender a essa nova demanda.
As novidades basicamente se
concentram em dois tipos: CDBs
(Certificados de Depósito Bancário) mais flexíveis, que permitem
o resgate antecipado sem perda
de rentabilidade, e fundos DI e de
renda fixa que investem em títulos de curtíssimo prazo (leia texto
nesta página).
O BankBoston e o banco1.net,
por exemplo, estão oferecendo
CDBs indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário)
com cláusula de recompra.
No caso do banco1.net, o prazo
do CDB é de três anos; no BankBoston, pode ser menor, de um
ano, por exemplo. Durante esse
período, o certificado vai render
um percentual do CDI, que varia
conforme o porte do cliente.
O CDI é um título negociado entre os bancos, utilizado como referência em operações de renda
fixa, que costuma acompanhar de
perto a Selic (taxa básica de juro
da economia, determinada pelo
Banco Central), hoje fixada em
18,50% ao ano.
Um cliente com bastante recursos pode conseguir, por exemplo,
98%, 99% do CDI (quem tem milhões de reais pode conseguir até
mais do que 100%). Para um
cliente com pouco dinheiro, as taxas variam bastante. No banco1.net, com R$ 1.000, diz o diretor Gabriel de Moura, é possível
obter uma taxa de 90% do CDI. O
BankBoston, por enquanto, não
tem cotação para esse valor. O valor mínimo para investir em um
CDB desse banco é R$ 50 mil.
No caso dessas duas instituições, os CDBs indexados ao CDI
com cláusula de recompra permitem que, após 30 dias, o investidor
resgate o seu dinheiro, a qualquer
momento antes do vencimento,
com direito a receber a rentabilidade proporcional do período. "A
liquidez é diária após 30 dias, como a de um fundo de investimento", diz Alberto Gaidys, diretor de
produtos e de vendas do mercado
de capitais do BankBoston.
Olho vivo
A recomendação de Fábio Colombo, da consultoria Money
Maker, é que, ao investir num
CDB com cláusula de recompra, a
pessoa peça por escrito as condições em que isso vai acontecer. O
gerente do banco prometer oralmente que recompra a qualquer
tempo sem comprometer a rentabilidade e depois não cumprir o
combinado.
O investidor também deve estar
consciente, explica Gaidys, de que
um CDB flexível, que pode ser
resgatado a qualquer momento,
tem rentabilidade menor.
A maioria dos CDBs vendidos
nos bancos não costuma ter cláusula de recompra. Se a pessoa
quer se desfazer dele antes do prazo de vencimento, em geral o banco o aceita de volta, mas quase
sempre por um preço inferior ao
pago, ficando com parte da rentabilidade do período.
Com as mudanças que ocorreram a partir do dia 29 de maio,
quando entrou em vigor a nova
regra de contabilização dos ativos, derrubando a rentabilidade
de muitos fundos, já saíram R$ 8,7
bilhões das categorias DI e renda
fixa, conforme dados do site Fortuna até o dia 12 de junho.
Segundo analistas e gestores,
boa parte desse dinheiro está indo
para destinos menos sujeitos a oscilações, como poupança e, principalmente, CDBs.
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