São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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Bancos oferecem fundo DI "sem risco eleitoral"

DA REPORTAGEM LOCAL

No segmento de fundos, a novidade são os DI e renda fixa que investem em títulos de curto prazo. Desde 29 de maio, quando começou a nova forma de contabilização dos ativos, os fundos que mais têm sofrido são aqueles que investem em títulos do governo com vencimento a partir de 2004.
Com receio de que o próximo governo possa reestruturar a dívida pública, ou seja, dar um calote, o mercado tem rejeitado títulos de médio e longo prazo, fazendo com que os seus preços caiam e os fundos apresentem perdas.
Como o nervosismo ainda impera no mercado financeiro, a expectativa é que os títulos do governo, especialmente esses de médio e longo prazo, continuem flutuante e afetando as cotas dos fundos.
Como o investidor brasileiro é avesso à volatilidade, as administradoras de recursos estão correndo para lançar fundos que investem em papéis curtos, que vencem ainda neste ano, por estarem menos sujeitos à oscilação. Quanto mais curto um título, menor costuma ser o seu risco e volatilidade.

Menos oscilação
O HSBC já está oferecendo dois fundos DI de curto prazo. Ambos têm a mesma política de investimento. A diferença está na taxa de administração e no valor mínimo de aplicação. A taxa do FAC HSBC Liquidez DI Plus é de 2,75% ao ano, e o valor mínimo para entrar, de R$ 100. No FAC HSBC Liquidez DI, a taxa é de 1% ao ano, e valor mínimo, R$ 50 mil.
Segundo Jorge Misumi, diretor de produtos da HSBC Brain, esses fundos investem em papéis com prazo médio de 90 dias.
Entre zero e 80% do patrimônio pode estar aplicado em CDBs de bancos de primeira linha; entre zero e 30%, em títulos públicos; e, entre zero e 20%, em "overnight", dinheiro que é reaplicado diariamente.
A Sul América Investimentos está lançando o Sul América DI Curto Prazo. De acordo com Marcelo Beraldo, gerente de informações da instituição, a aplicação mínima do fundo será de R$ 2.500, e a taxa de administração, de 0,4% ao ano. O produto poderá investir até 95% do seu patrimônio em títulos do governo ou privados de baixo risco com prazo médio de seis meses.
A expectativa dos gestores desses fundos é que suas cotas oscilem menos que as dos fundos DI tradicionais, mas que, a médio e longo prazo, tenham rendimento menor. Quem não quer oscilação e risco nesse momento terá necessariamente de abrir mão de rentabilidade.
Para William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas, o investidor deve analisar com calma as vantagens de sair de um fundo tradicional e ir para um de curto prazo ou CDB. Ambas as alternativas, além de tenderem a render menos, só trazem a mais conforto psicológico para o investidor, por não oscilarem. Todas têm risco. (IC)



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