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Bancos oferecem fundo DI "sem risco eleitoral"
DA REPORTAGEM LOCAL
No segmento de fundos, a novidade são os DI e renda fixa que investem em títulos de curto prazo.
Desde 29 de maio, quando começou a nova forma de contabilização dos ativos, os fundos que mais
têm sofrido são aqueles que investem em títulos do governo com
vencimento a partir de 2004.
Com receio de que o próximo
governo possa reestruturar a dívida pública, ou seja, dar um calote,
o mercado tem rejeitado títulos de
médio e longo prazo, fazendo
com que os seus preços caiam e os
fundos apresentem perdas.
Como o nervosismo ainda impera no mercado financeiro, a expectativa é que os títulos do governo, especialmente esses de médio e longo prazo, continuem flutuante e afetando as cotas dos
fundos.
Como o investidor brasileiro é
avesso à volatilidade, as administradoras de recursos estão correndo para lançar fundos que investem em papéis curtos, que vencem ainda neste ano, por estarem
menos sujeitos à oscilação. Quanto mais curto um título, menor
costuma ser o seu risco e volatilidade.
Menos oscilação
O HSBC já está oferecendo dois
fundos DI de curto prazo. Ambos
têm a mesma política de investimento. A diferença está na taxa de
administração e no valor mínimo
de aplicação. A taxa do FAC
HSBC Liquidez DI Plus é de
2,75% ao ano, e o valor mínimo
para entrar, de R$ 100. No FAC
HSBC Liquidez DI, a taxa é de 1%
ao ano, e valor mínimo, R$ 50 mil.
Segundo Jorge Misumi, diretor
de produtos da HSBC Brain, esses
fundos investem em papéis com
prazo médio de 90 dias.
Entre zero e 80% do patrimônio
pode estar aplicado em CDBs de
bancos de primeira linha; entre
zero e 30%, em títulos públicos; e,
entre zero e 20%, em "overnight",
dinheiro que é reaplicado diariamente.
A Sul América Investimentos
está lançando o Sul América DI
Curto Prazo. De acordo com Marcelo Beraldo, gerente de informações da instituição, a aplicação
mínima do fundo será de R$
2.500, e a taxa de administração,
de 0,4% ao ano. O produto poderá
investir até 95% do seu patrimônio em títulos do governo ou privados de baixo risco com prazo
médio de seis meses.
A expectativa dos gestores desses fundos é que suas cotas oscilem menos que as dos fundos DI
tradicionais, mas que, a médio e
longo prazo, tenham rendimento
menor. Quem não quer oscilação
e risco nesse momento terá necessariamente de abrir mão de rentabilidade.
Para William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em
Finanças da Fundação Getúlio
Vargas, o investidor deve analisar
com calma as vantagens de sair de
um fundo tradicional e ir para um
de curto prazo ou CDB. Ambas as
alternativas, além de tenderem a
render menos, só trazem a mais
conforto psicológico para o investidor, por não oscilarem. Todas
têm risco.
(IC)
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