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COMÉRCIO EXTERIOR
Banco diz que não vai financiar mais que os US$ 3,9 bi do ano passado, a fim de cumprir acordo da Basiléia
BNDES restringe empréstimo para exportação em 2003
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os empresários que quiserem
exportar a partir do segundo semestre deste ano terão de buscar
outros financiadores, e não apenas o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social).
O alerta foi dado ontem por Ernani Torres Filho, superintendente de comércio exterior da instituição financeira, ao afirmar que
o banco não pretende ultrapassar
em 2003 os US$ 3,9 bilhões que
emprestou no ano passado para
as exportações.
"O BNDES cresceu muito nos
últimos anos e precisa cumprir o
acordo de Basiléia [que prevê critérios de reservas de capital para
garantir a segurança financeira
dos bancos]", disse Torres Filho.
Segundo o executivo, a atual
gestão do BNDES quer também
limitar os gastos com exportações
para se dedicar a projetos de inclusão e desenvolvimento social.
Alternativas
As declarações de Torres Filho
podem resultar em dificuldades
dos empresários para suas vendas
externas. No entanto bancos brasileiros e instituições internacionais voltadas para o comércio exterior poderão compensar a nova
política do BNDES.
O Bladex (Banco Latino-Americano de Exportações), por exemplo, afirmou que está recuperando sua carteira para empréstimos.
"Emprestamos em 2002 cerca de
US$ 500 milhões, quando nosso
patamar normal anual é de
US$ 750 milhões. Mas estamos retomando os ativos de antes", disse
o vice-presidente do banco Jaime
Rivera. Nesta sexta-feira, o Bladex
pretende captar US$ 100 milhões
no mercado internacional.
A Febraban (federação dos bancos no Brasil) afirmou que os créditos para exportações das instituições no Brasil estão voltando a
patamares anteriores à crise do
ano passado.
No primeiro trimestre daquele
ano, os bancos tinham um estoque de cerca de US$ 24 bilhões para o comércio internacional. "O
montante caiu pela metade ao
longo de 2002, mas agora está em
torno de US$ 18 bilhões. Devemos
voltar aos US$ 24 bilhões em até
12 meses", disse Gustavo Marin,
diretor-executivo de operações
internacionais da entidade.
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