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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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COMÉRCIO EXTERIOR

Banco diz que não vai financiar mais que os US$ 3,9 bi do ano passado, a fim de cumprir acordo da Basiléia

BNDES restringe empréstimo para exportação em 2003

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os empresários que quiserem exportar a partir do segundo semestre deste ano terão de buscar outros financiadores, e não apenas o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O alerta foi dado ontem por Ernani Torres Filho, superintendente de comércio exterior da instituição financeira, ao afirmar que o banco não pretende ultrapassar em 2003 os US$ 3,9 bilhões que emprestou no ano passado para as exportações.
"O BNDES cresceu muito nos últimos anos e precisa cumprir o acordo de Basiléia [que prevê critérios de reservas de capital para garantir a segurança financeira dos bancos]", disse Torres Filho.
Segundo o executivo, a atual gestão do BNDES quer também limitar os gastos com exportações para se dedicar a projetos de inclusão e desenvolvimento social.

Alternativas
As declarações de Torres Filho podem resultar em dificuldades dos empresários para suas vendas externas. No entanto bancos brasileiros e instituições internacionais voltadas para o comércio exterior poderão compensar a nova política do BNDES.
O Bladex (Banco Latino-Americano de Exportações), por exemplo, afirmou que está recuperando sua carteira para empréstimos. "Emprestamos em 2002 cerca de US$ 500 milhões, quando nosso patamar normal anual é de US$ 750 milhões. Mas estamos retomando os ativos de antes", disse o vice-presidente do banco Jaime Rivera. Nesta sexta-feira, o Bladex pretende captar US$ 100 milhões no mercado internacional.
A Febraban (federação dos bancos no Brasil) afirmou que os créditos para exportações das instituições no Brasil estão voltando a patamares anteriores à crise do ano passado.
No primeiro trimestre daquele ano, os bancos tinham um estoque de cerca de US$ 24 bilhões para o comércio internacional. "O montante caiu pela metade ao longo de 2002, mas agora está em torno de US$ 18 bilhões. Devemos voltar aos US$ 24 bilhões em até 12 meses", disse Gustavo Marin, diretor-executivo de operações internacionais da entidade.


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