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Luta contra a inflação é prioridade, afirma Lula
Presidente diz que governo tem ferramentas, mas batalha é de toda a sociedade
Falando a representantes do mercado financeiro, Lula destaca a importância do setor para a economia: "O Brasil é uma potência"
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, ontem, que
o combate à inflação continuará sendo prioridade do seu governo. "É preciso ter muito cuidado para lidar com os problemas de curto prazo sem prejudicar as conquistas de longo
prazo", disse ele ao ser homenageado na sede da BM&F Bovespa, em São Paulo. "Vamos
controlar a inflação mantendo
o crescimento sustentado. Temos instrumentos, conhecimento e experiência para enfrentar esse que é o nosso
maior desafio."
Lembrando que as pressões
inflacionárias são causadas pelo aumento dos preços das
commodities no mercado internacional e pela maior demanda interna, Lula frisou que
está nas mãos de toda a sociedade lutar contra elas.
Durante o seu programa semanal de rádio, o "Café com o
Presidente", o seu desconforto
com o aumento de preços também ficou claro: "(...) Os números [do Produto Interno Bruto]
são mais equilibrados e isso
ajuda a combater a inflação. E
nós vamos continuar nesse ritmo para que haja aumento do
PIB sem oferecer risco para a
demanda interna do país. Nós
precisamos crescer com muita
responsabilidade e sem nenhum sobressalto", afirmou.
Ele ressaltou ainda o fato de o
crescimento dos investimentos
ter sido maior do que o do consumo. "E tudo isso tende a permitir um equilíbrio sustentável
entre a nossa demanda e a nossa oferta."
Consenso
Executivos da nova Bolsa
brasileira, a BM&F Bovespa,
políticos -como o prefeito de
São Paulo, Gilberto Kassab-,
membros do governo federal e
representantes do mercado financeiro aplaudiram Lula pelo
grau de investimento que o
Brasil recebeu das agências
Standard and Poor's e Fitch Ratings no mês passado.
Para o presidente, a conquista desse selo de qualidade, que
significa que o país teria condições de honrar os seus compromissos, é "histórica" e o mercado financeiro tem "função primordial" na economia. "O Brasil não é mais província -é potência."
"O mercado de capitais deve
muito ao presidente Lula", comentou Raymundo Magliano
Filho, ex-presidente da Bovespa. "Ele está fazendo uma revolução cultural que veio para ficar." Gilberto Mifano, presidente do Conselho de Administração da BM&F Bovespa,
acrescentou: "Sempre saberemos registrar na nossa história
a contribuição do seu governo
para o mercado".
Pouco mais de cinco anos depois do pânico que a iminência
da sua eleição causou entre os
investidores, fazendo o dólar
disparar e a Bolsa cair, Lula vestiu o jaleco e boné com o logotipo da Bolsa com que foi presenteado. "Estamos provando que
um presidente da República
pode, no mesmo mês, colocar
na cabeça um boné dos dirigentes sindicais, dos sem-terra, do
movimento GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) e da Bolsa de Valores."
Para o presidente, chegou-se
a um denominador comum no
país, que é o avanço da economia. "Não podemos permitir
que aconteça qualquer retrocesso. Temos o compromisso
de não deixar que a inflação retorne", disse.
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