|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Chineses estréiam em festival de Cannes
País recebe o terceiro maior volume de investimentos em propaganda do mundo e busca caminho para comunicação
CRISTIANE BARBIERI
ENVIADA ESPECIAL A CANNES
No ano de sua estréia oficial
no Festival Internacional de
Publicidade de Cannes, os chineses ganharam atenção proporcional ao tamanho de seu
mercado. No país que recebe o
terceiro maior volume de investimentos em propaganda do
mundo, comunicação ainda é
um mistério tanto para agencias e anunciantes multinacionais quanto para os próprios
chineses.
Propaganda foi liberada naquele país apenas em 1978, com
o fim da Revolução Cultural, e
no ar há apenas uma certeza:
"As empresas chinesas querem
mudar a percepção de que a
China é apenas a fábrica barata
do mundo", afirma ShuFen
Goh, diretora da agência de
pesquisa R3. "Seu objetivo é
criar marcas globais poderosas
e de maneira rápida."
A R3 acaba de concluir uma
ampla pesquisa com 400 executivos de empresas anunciantes e agências de propaganda
presentes na China. Entre outras conclusões, o levantamento mostra que esse é o mercado
mais infiel e afeito a cópias do
mundo. Cerca de 25% dos
clientes trocam de agência em
menos de um ano e 60% deles
mudariam os fornecedores de
comunicação, mesmo estando
satisfeitos com o trabalho. "Para os chineses, o principal valor
da propaganda é criatividade,
apesar de não saberem bem se
isso é apenas a boa idéia ou a
campanha que vende mais",
afirma Goh.
Com relação às "inspirações", existem na China nada
menos do que três agências
Ogilvy, entre dezenas de outras
similares às irmãs mais famosas do Ocidente, mas sem presença oficial naquele país.
Também ha versões de programas como "Sex and The
City", com direito às mesmas
Carrie, Miranda, Samantha e
Charlotte em versões de cabelo
lisos, pretos e olhos puxados,
entre muitas outras formas de
comunicação parecidas. "Os
chineses admiram tanto a comunicação do Ocidente que dizem homenagear seus ídolos
com os mesmos nomes", diz
Cesar Vacchiano, vice-presidente da empresa de pesquisas
Grupo Consultores.
Para chegar a esse público, os
especialistas da área apostam
principalmente em comunicação digital e móvel. Com 530
milhões de usuários, a China é
o maior mercado de telefonia
móvel do mundo, sendo que
41% das pessoas do país têm telefone. Nas áreas rurais, o número de assinantes aumenta
em 6 milhões a 7 milhões ao
mês. "Os jornais para celulares
estão ficando populares no Japão", diz Pully Chao, presidente da agência Saatchi&Saatchi
China. "Muitas empresas começam a desenvolver serviços
educacionais, de previsão do
tempo e de agricultura, pelo celular, para os moradores do interior da China."
Já as campanhas publicitárias das mais diferentes marcas
para a Olimpíada de Pequim
são mostradas com muito orgulho pelos chineses.
Texto Anterior: Jornal da Índia ganha principal premiação Próximo Texto: Saiba mais: Projeto de lei impõe cotas de programação Índice
|