DA REPORTAGEM LOCAL

Diante da possibilidade de uma greve dos caminhoneiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acenou ontem com a possibilidade de liberar mais recursos para reestruturar as rodovias do país.
Após reunião de cerca de uma hora com o presidente, representantes dos caminhoneiros e de empresários do setor afirmaram que Lula estuda liberar uma suplementação orçamentária para melhorar a situação das estradas. O grupo forma a Frente Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas, que representa o setor.
O Palácio do Planalto disse apenas que não foram mencionados quaisquer valores na reunião.
Neste ano, está prevista no orçamento a liberação de R$ 2,2 bilhões para reestruturar parte de 11 mil km das rodovias federais.
De acordo com empresários e caminhoneiros que se encontraram com Lula, houve o comprometimento na reunião de liberar mais recursos neste ano, sem precisar quanto, e cerca de R$ 6 bilhões no ano que vem. Além de reivindicarem que os recursos da Cide (tributo sobre combustíveis) sejam aplicados nas estradas, eles pediram a regulamentação da profissão.
Integrante da frente, a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), que diz representar cerca de 400 mil caminhoneiros, vai decidir na próxima segunda-feira se fará greve.
Nélio Botelho, do Movimento Brasil Caminhoneiro, um dos organizadores da greve de 1999 que parou cerca de 1 milhão de caminhoneiros em todo país, colocou panos quentes na paralisação: "Tudo indica que o ambiente de mobilização, pelo menos até o momento, está descartado".


Texto Anterior: Cresceremos por 15 anos, diz Palocci
Próximo Texto: Vizinhos em crise: Para empresários, cota argentina é "absurda"
Índice