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Discussão segue na semana que vem
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
Previstas para terminar nesta
semana, as discussões com a Argentina sobre o comércio de eletrodomésticos terão que continuar na próxima semana.
Governo e indústria brasileira
cederam às pressões do parceiro
do Mercosul para impor cotas para as vendas de fogões e geladeiras, mas ainda há impasse em torno do comércio de máquinas de
lavar roupa.
Os argentinos querem limitar a
participação das máquinas de lavar brasileiras no mercado local a
35%, mas os brasileiros querem
46%. Atualmente, o Brasil possui
mais de 50% desse mercado, de
acordo com a Secretaria de Indústria da Argentina.
"Não vamos perder mercado
para outros países. A indústria argentina ainda não tem capacidade
para atender à demanda, sobretudo de modelos novos, e, se sairmos, outros países vão ocupar o
mercado", disse o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Marcio Fortes.
De acordo com ele, como não
houve acordo sobre a divisão do
mercado para o período de um
ano, os argentinos propuseram
que as discussões, a partir da semana que vem, se concentrem em
estabelecer uma cota para os próximos meses.
O governo conseguiu aumentar
a cota divulgada ontem, de 36.600
unidades de geladeiras.
Abertura apressada
O subsecretário de Integração
Econômica do Ministério das Relações Exteriores da Argentina,
Eduardo Sigal, distribuiu uma nota a imprensa para reafirmar a importância do Mercosul para a política externa argentina, apesar da
disputa comercial em torno do
comércio de eletrodomésticos.
"Não se pode ser tão simplista e
limitar a sorte de um bloco regional de integração a um conflito
por eletrodomésticos. A visão estratégica dos países que compõem o bloco vai muito além disso", disse o diplomata.
Segundo ele, a base dos problemas comerciais entre os dois países é a fragilidade econômica. Ele
criticou o que chamou de "liberalização apressada" dos anos 90,
razão, segundo ele, dos problemas econômicos argentinos.
Ele afirmou que a iniciativa do
governo de responder aos pedidos por proteção da indústria local não se trata de uma "intervenção estatal, mas de medidas necessárias para resolver os problemas que o mercado não resolve".
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