São Paulo, terça-feira, 17 de agosto de 2004 |
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Recuperação limitada A boa oferta de milho no mercado interno dificulta a recuperação dos preços, na avaliação da Consultoria Céleres, de Uberlândia (MG). Os dados recordes da produção norte-americana devem inibir ainda mais essa recuperação, já que os preços internacionais são os patamares mínimos de queda para o produto brasileiro. Impedem a alta Para a Céleres, dois fatores básicos impedem a valorização dos preços do milho exportado pelos brasileiros: os valores praticados pelo mercado internacional e a recente valorização do real. Ontem, o dólar fechou a R$ 3. Em maio, estava a R$ 3,20. Ágio na opção O leilão de opção de milho deverá ter uma disputa acirrada. A falta de liquidez dos produtores e o pequeno volume ofertado no leilão deverão provocar forte ágio, aproximando os preços de exercício dos de mercado, segundo análise da Céleres. Mês atípico O saldo comercial agrícola dos Estados Unidos caiu em junho devido à redução das exportações em 10% e ao aumento das importações em 1%. Foi o primeiro déficit agrícola mensal desde 1986, conforme dados do Departamento de Agricultura dos EUA. Efeito carne Um dos motivos desse déficit foi a queda de 29% nas exportações de carnes vermelhas em junho em relação a maio. No acumulado do ano fiscal (outubro a junho), no entanto, os Estados Unidos acumulam superávit de US$ 9,1 bilhões. Bom desempenho Ao contrário dos norte-americanos, que perderam mercado para as carnes após a ocorrência dos primeiros casos de vaca louca e da gripe aviária, o Brasil vai muito bem nesse setor. As exportações deste mês somam US$ 30 milhões ao dia e superam em 69% as de agosto de 2003, segundo a Secex. Perdendo ritmo As receitas com soja também superam as de agosto de 2003, mas o crescimento ocorre em ritmo menor (7%) do que nos meses anteriores. Outro produto que registra boa evolução nas vendas é o café, que teve alta de 53% sobre agosto de 2003. Concorrência no suíno A forte concorrência entre os frigoríficos de São Paulo na compra de animais vivos continua elevando o preço da carne nas principais praças de negociação. A arroba do animal chegou a ser negociada a R$ 58 ontem. Em sete dias, a alta é de 5,7%. Pressão elevada Os alimentos continuam com alta no campo. Os produtores paulistas receberam, em média, 3,38% a mais pelos produtos nos últimos 30 dias. O tomate mantém liderança, com alta de 105% no período. Os dados são do Instituto de Economia Agrícola. Em queda A soja fechou em queda ontem na Bolsa de Chicago. A redução foi de 1,8% tanto para o contrato de março como para o de maio, meses de maior comercialização no Brasil. Indicações de clima bom nos EUA provocaram a queda. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Para analistas, Selic só volta a cair em 2005 Próximo Texto: Impostos: Arrecadação tributária bate novo recorde Índice |
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