São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2005

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RECEITA ORTODOXA

Ministro diz a colegas que alta mais ambiciosa do PIB é "factível", mas ouve críticas sobre restrições orçamentárias

Palocci estima crescimento de 5% em 2006

JOSIAS DE SOUZA
COLUNISTA DA FOLHA

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) acha que a economia brasileira crescerá em torno de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano de 2006. Fez a estimativa na reunião ministerial realizada na última sexta-feira, na Granja do Torto, em Brasília.
Auxiliado por Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, Palocci fez aos colegas de ministério um relato a respeito "dos êxitos" da gestão econômica durante o governo Lula. Em dado momento da exposição, Palocci foi aparteado pelo colega Ciro Gomes (Integração Nacional).
Embora tenha deixado claro que faz restrições à política econômica, Ciro elogiou o trabalho de Palocci, reconhecendo-lhe os "méritos". E perguntou acerca da expectativa do desempenho da economia para o próximo ano, quando haverá eleição presidencial. Mencionou o que, a seu juízo, seria um patamar aceitável: 5% do PIB.
Palocci aceitou o percentual. Disse que é absolutamente "factível". Reiterou que, para 2005, a equipe econômica prevê taxa de crescimento de pouco mais de 3% -oficialmente está em 3,4%. Menos pessimista, Meirelles disse que não exclui a hipótese de que se chegue a 4% do PIB já em 2005.
Alguns ministros se queixaram a Palocci das restrições orçamentárias que vêm sendo impostas pela pasta da Fazenda. Mencionou-se que, embora a meta de superávit primário fixada pelo governo seja de 4,25% do PIB, o enxugamento de despesas tem sido ainda mais draconiano. Ficou em 5,08% do PIB nos 12 meses terminados em junho e em 6,43% no primeiro semestre.
Palocci pediu paciência aos presentes. Disse que, ao final do ano, o superávit primário, economia que o governo faz para pagar os juros de sua dívida, respeitará a meta. Ontem, o governo liberou mais R$ 1 bilhão para os ministérios gastarem neste ano.
Entre as evidências de que o governo estaria acertando a mão na área econômica, Palocci mencionou: o equilíbrio das contas públicas, o controle inflacionário, a balança comercial superavitária e a geração de empregos no mercado formal de trabalho (com registro em carteira).
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), a exemplo de Ciro, também reconheceu méritos no trabalho de Palocci e sua equipe. Porém, ponderou que é preciso comparar o desempenho econômico do Brasil com o de países como a China e a Índia.


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