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RECEITA ORTODOXA
Ministro diz a colegas que alta mais ambiciosa do PIB é "factível", mas ouve críticas sobre restrições orçamentárias
Palocci estima crescimento de 5% em 2006
JOSIAS DE SOUZA
COLUNISTA DA FOLHA
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) acha que a economia brasileira crescerá em torno
de 5% do PIB (Produto Interno
Bruto) no ano de 2006. Fez a estimativa na reunião ministerial realizada na última sexta-feira, na
Granja do Torto, em Brasília.
Auxiliado por Henrique Meirelles, presidente do Banco Central,
Palocci fez aos colegas de ministério um relato a respeito "dos êxitos" da gestão econômica durante
o governo Lula. Em dado momento da exposição, Palocci foi
aparteado pelo colega Ciro Gomes (Integração Nacional).
Embora tenha deixado claro
que faz restrições à política econômica, Ciro elogiou o trabalho
de Palocci, reconhecendo-lhe os
"méritos". E perguntou acerca da
expectativa do desempenho da
economia para o próximo ano,
quando haverá eleição presidencial. Mencionou o que, a seu juízo,
seria um patamar aceitável: 5% do
PIB.
Palocci aceitou o percentual.
Disse que é absolutamente "factível". Reiterou que, para 2005, a
equipe econômica prevê taxa de
crescimento de pouco mais de 3%
-oficialmente está em 3,4%. Menos pessimista, Meirelles disse
que não exclui a hipótese de que
se chegue a 4% do PIB já em 2005.
Alguns ministros se queixaram
a Palocci das restrições orçamentárias que vêm sendo impostas
pela pasta da Fazenda. Mencionou-se que, embora a meta de superávit primário fixada pelo governo seja de 4,25% do PIB, o enxugamento de despesas tem sido
ainda mais draconiano. Ficou em
5,08% do PIB nos 12 meses terminados em junho e em 6,43% no
primeiro semestre.
Palocci pediu paciência aos presentes. Disse que, ao final do ano,
o superávit primário, economia
que o governo faz para pagar os
juros de sua dívida, respeitará a
meta. Ontem, o governo liberou
mais R$ 1 bilhão para os ministérios gastarem neste ano.
Entre as evidências de que o governo estaria acertando a mão na
área econômica, Palocci mencionou: o equilíbrio das contas públicas, o controle inflacionário, a balança comercial superavitária e a
geração de empregos no mercado
formal de trabalho (com registro
em carteira).
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), a exemplo de Ciro, também reconheceu
méritos no trabalho de Palocci e
sua equipe. Porém, ponderou que
é preciso comparar o desempenho econômico do Brasil com o
de países como a China e a Índia.
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